Menino estás à janela.

 

Quando Baby Caco nasceu, optei por deixá-lo com uma ama em casa, decisão da qual não me arrependo. Ele adora-a, ela adora-o e eu convivo bem com essa adoração.

 

Recentemente, decidimos metê-lo no infantário assim que fizer dois anos, isto é, segundo o planeamento, dará entrada na segunda-feira, dia 2 de fevereiro de 2015.

 

O facto de ficar com a ama, tem-me permitido deixá-lo a dormir quando saio, o que além de me facilitar largamente a vida, evita a tortura emocional da despedida. Mas como em breve as rotinas vão mudar, optei por começar a acordá-lo antes de vir embora para que se vá habituando aos novos horários.

 

Então agora as coisas passam-se assim: despeço-me, ele dá-me um beijo (o único momento do dia em que consigo que o raio do rapaz o faça de livre vontade, sem que seja eu a estrafegá-lo até atingir um tom ligeiramente arroxeado, altura em que páro e reconheço que talvez seja melhor tentar mais tarde) e, segundo relata a ama, mal bato com a porta, sobe para o sofá e põe-se à janela para ver o meu carro passar.

 

Depois de saber disto, claro está que passei a olhar para a dita janela e vejo-o ali, de pijama de flanela, com os caracóis desalinhados, nariz colado ao vidro, um sorriso rasgado e a dizer adeus com as mãozinhas pequenas a abanar. E eu lá sigo caminho com o coração mais apertado que nunca e a rezar para que faça o mesmo quando o deixar no infantário.