domingo, 21 de dezembro de 2014

Miss Caco vai dar de frosques.


Miss Caco vai dar de frosques uns dias. Vai passar o Natal ao norte, por isso, antes de ir, achou por bem vir cá avisar-vos de que acha que não terá grande oportunidade de vir aqui mandar filetes, porque o mais provável será ter de os fazer no tablet (tarefa inglória que está a ter agora) e tem pouca paciência para esta lentidão.

De qualquer forma, animem-se que não está tudo perdido. Miss Caco continuará a postar coisas sem interesse nenhum - e várias vezes ao dia, que a ideia de vos deixar sozinhos apavora-me - na página de facebook. Olha, era mesmo este o momento que eu devia fazer aqui o link (só Deus sabe como vocês são preguiçosos), mas... fazer links no tablet? Ahahahah!  No way.

De maneiras que quem ainda não se amigou do Caco naquela coisa inventada pelo Zuckerberg, é ir ali à coluna da direita e clicar naquela ceninha azul que meti lá de propósito para o efeito.

Posto isto, é domingo, são 8h30 e em vez de pôr o sono em dia estou aqui a fazer pela vossa vida... Bom, que mais? Assim de importante, só estou a ver pedir-vos para tentarem disfarçar quando receberem aqueles presentes da treta que só servem para ocupar espaço na arrecadação. É o mínimo que podem fazer.

Vá... agora vão para dentro que está frio.

Feliz Natal e caguem nas passas que aquilo não faz nada e só serve mesmo para enjoar. É isso e o bolo-rei. Blhacc.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

#olhadesculpataoboa#paramandarabaixoaquelatravessadefilhoses#queseestaarirparamim#


Sai um valente tiro no pé.


Gosto da Time Out. Gosto do estilo, das sugestões, das ideias de sítios a conhecer, de lojas a visitar, de restaurantes a não perder, de saber o que ainda aí de novo, enfim, do espírito da revista, mas ontem não pude deixar de tropeçar nas dezenas de comentários que saltavam na página de facebook em torno deste assunto. 
 
Para quem não sabe do que estou a falar, a Time Out sugeriu a compra de um cão para dar de presente este Natal. Um labrador, à venda pela módica quantia de 600 euros, na loja Reino dos Bichos, no Centro Comercial das Amoreiras.
 
Soube desta história por aí. E fiquei a pensar o que terá acontecido para aquela gente cometer uma asneirada destas. Onde é que o editor estava com a cabeça na hora em que deixou passar esta merda? Como é que isto pode ter saído assim, sem ter havido durante todo o processo de produção dos conteúdos uma vivalma que dissesse: "Eh pá... espera lá... na volta, esta cena aqui de sugerir comprar um cão, com tanto bicho abandonado, a passar fome e a precisar de colo não faz mesmo sentido nenhum...".
 
Não, Time Out. Lamento, não faz mesmo sentido nenhum. É muito mau, totalmente descabido, a roçar o desprezível.
 
Agora estás a levar na cabeça. E não vejo jeitos de te ver descalçar esta bota com alguma dignidade. E sabes de uma coisa? No fundo, até tenho pena porque gosto de ti. Quase que me sentia tua amiga. E se formos bem a ver, o que fazem os amigos? Defendem-se, não é? Mas, desculpa... Desta vez não consigo.

Dos postais de Natal.


Aposto que hoje está tudo com a caixa de mensagens a bombar e não faz mais nada o dia todo além de ler blogues e ver e-mails a entrar em catadupa com postais de Natal deste e daquele, do fornecedor dos toners, da empresa a quem compramos o café, daquele parceiro com quem não trabalhamos há anos mas que ainda não nos tirou da base de dados, dos clientes - dos chatos e também dos bons - , de gente que não fazemos puto de ideia quem seja, daquele catering a quem pedimos uma proposta em 2008 e depois, no meio daquela traquitana toda, também tombam alguns caseiros, daqueles que nasceram porque houve um dia alguém que se lembrou de dizer: "Eh, pá... espera lá... para quê pagar a um designer, se hoje em dia há aquelas cenas do PhotoScape e aqueles filtros do Pixl-r-matic que fazem coisas impecáveis praticamente com o mesmo efeito?".
 
E depois o pessoal vai na conversa e saem lindos que só visto.
 
Há pessoas que não têm noção do ridículo, não é? 

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Knockout.


Pai Caco: Olha lá, então como vai ser este ano o Natal?

Miss Caco: Então, é o inverso do ano passado... Passei com vocês o 24, não foi? Este ano é o 25.

Pai Caco: Hummm.... Mas como vai ser?

Miss Caco: Como vai ser, o quê? Levo os meninos no meu carro. Estou articulada também com eles. Dia 24 ficam no pai e 25 vêm connosco (referindo-se a sobrinhos Caco).

Pai Caco: Não é isso... pergunto se vai ser na mesma na aldeia...

Miss Caco: Claro que vai.

Pai: É só porque este ano não está o avô....

(...)

Foda-se. Podia ser atropelada por um camião TIR, ficar debaixo das Torres Gémeas, ser engolida por um terramoto ou tudo isto ao mesmo tempo que nada me deixaria tão arrasada como o que acabei de ouvir.

Eu sei... foda-se pai, eu sei. Este ano não há o avô.

O melhor extra do mundo.

 
aqui falei da paixão que tenho pelo meu carro, bem como da perfeita imbecilidade que foi comprá-lo.
 
Ainda assim, reconheço que tem duas falhas relativamente graves: não tem leitor de CD´s e não tem aquelas ceninhas que apitam quando estamos a aproximar-nos de outras cenas, coisa que Deus sabe o jeitaço que dá, sobretudo para quem é perita em estacionar, desde que seja de frente e com espaço suficiente para dois camiões do lixo e uma betoneira.
 
Bom, não tem esses dois extras, é certo, mas tem um que vale por esses e um par de botas. Senão vejamos: ele há dinheiro que pague sair de casa numa manhã fria de inverno, com olheiras até aos pés, sentarmo-nos no banco gelado, ligar o rádio aos berros, rezar aos anjinhos para dar esta música, carregar lá num botãozinho milagroso (o ponto G do meu carro) e cinquenta segundos depois ter o rabo aquecido?
 
Não. Não há.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Dear Santa,


Só falta acrescentar "e modéstia".

Só no caso de terem esquecido...

 
... Natal também é tempo de:

- fingir que aquelas meias brancas que a tia Fátima insiste em oferecer desde que deixámos de ser crianças eram tudo o que precisávamos;

- apetecer mandar os afilhados pela janela fora e só ir buscá-los no Carnaval de 2016;

- fazer de conta que não se sente a tensão com a sogra provocada pela tese em torno do tempo ideal de cozedura do bacalhau;

- discutir pela enésima vez com a ex-mulher por causa de quem fica com os miúdos no almoço de Natal;

- passar a noite de consoada a mandar sms´s à amante enquanto, para disfarçar, nos queixamos que o pessoal do escritório não nos larga.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

O meu primeiro beijo.


"Ah e tal, mas porque raio vens falar disto agora?". Pois, de facto, por razão nenhuma. Era uma cena que tinha aqui alinhavada no telemóvel e que decidi falar hoje porque a minha memória sei eu bem a desgraça que é, por isso, mais vale guardar aqui esta recordação já do que esquecê-la nos meandros do meu cérebro complicado para todo o sempre.
 
Miss Caco deu o primeiro beijo tarde. Falo de beijo à séria, daqueles com língua, embora não tenha passado pela fase intermédia dos bate-chapas. Na primária, sobrevivi à paixão pelo Zezé das sardas, pelo Paulo Jorge dos olhos verdes, pelo Pedro que vivia no rés-do chão, tinha cabelo negro e muitos Legos, pelo Vicente que entrou na escola a meio do ano e que me fazia corações no caderno. Todos sem um único beijo. Tudo platónico.
 
Miss Caco vai para o ciclo com nove anos. Apaixona-se pelo Eduardo. Moreno, mais velho, usava um kispo verde de penas que lhe ficava a matar e Miss Caco passava os recreios a babar enquanto o via nas aulas de andebol. Nem um único beijo. Tudo platónico.
 
Apesar de Miss Caco ser tímida, ainda assim, tinha vários pretendentes: o Rui, um dos gémeos de quem todas as miúdas gostavam e que se declarou na lição nº 100 de português; o Vasco, loirinho que era um doce de rapaz, e o Pedro, o rapaz que me esperava sempre à saída da escola para me acompanhar no trajecto a casa.  Todos sem um único beijo. E Miss Caco sem lhes passar cavaco.
 
Chegou o liceu. Aos 14 anos, Miss Caco apaixona-se pelo punk da escola. Sim, era punk, daqueles com calças pretas elásticas, botas militares e blusão de couro com taxas, cabelo rapado dos lados e uma melena a cair na frente dos olhos. Loiro. Era punk mas um doce de rapaz. Tinha outra incongruência. Chamava-se Fifi. Duvido que conheçam muitos punks meigos chamados Fifi. 
 
Adiante. O punk Fifi namorava. Com várias. Tinha muito sucesso. Era o mais popular. Entrava no liceu e o mundo parava. Cantou uma música dos Xutos na festa de Natal e o pavilhão gimnodesportivo veio abaixo. Miss Caco continuava tímida, mas gostava dele.
 
Eram conhecidas as festas que dava em casa quando os pais não estavam. Toda a gente sabia que era habitual ficar sozinho aos fins de semana com os irmãos e aquelas festas eram só para gente cool, com pinta. Ouvia-se música aos berros, dançavam-se slows e havia gente que até fumava, imagine-se. Miss Caco ouvia falar deste acontecimento e ficava a imaginar o que por lá se passaria.
 
A certa altura, começou a aperceber-se de uma certa troca de olhares comprometedora. Sobretudo quando o pessoal se juntava na cantina ou à entrada do campo de voleibol. Certo dia, o punk Fifi perguntou a Miss Caco se queria ir à festa no fim de semana seguinte. Miss Caco tremeu. O mundo desabou e ficou sem chão. "Ir à festa, como?!? Tipo, pegar em mim e aparecer lá?!". Tensão no ar. Daquelas de mandar abaixo o quadro da luz. O convite não era à toa. Miss Caco percebeu que o punk Fifi estava possivelmente a dar-lhe troco e que aquilo não iria acabar com os dois sentados no sofá a comer pipocas e a ver um episódio da Casa na Pradaria.
 
Mas Miss Caco tinha um problema para resolver. E dos sérios: 14 anos feitos há mais de meio ano e ainda não tinha dado um mísero beijo. Um bate-chapas sequer. Como é que ia à festa do punk Fifi, onde possivelmente a coisa se daria, sem ter treinado antes? Isso nunca poderia acontecer. Jamais. Era urgente resolver este problema. Miss Caco não podia ser apanhada desprevenida e correr o risco de andar ali feita trenga, aos papéis. Está bem que vemos na televisão, mas não é a mesma coisa.
 
Mestre no desenrascanço, qualidade que ainda hoje se mantém, tratou de saber se havia alguma festa antes desse fim de semana. Sim, o Roscas faz anos. Amanhã. Vai haver festa com direito a slows e cenas. Não há que olhar para trás. É agora ou nunca.
 
Miss Caco foi. Primeiro slow. Acho que era o "I just call to say I love you" do Stevie Wonder, mas por mim até podia ser o Natal dos Hospitais. A missão estava delineada. O Vasco loirinho avança. Ok, vamos lá. Tem de ser. O rapaz até é giro e no fundo merece que até gosta de mim desde o ciclo. Primeiro abraço, os rostos encostam-se. Ok, é agora. O Vasco investiu e Miss Caco deixou. Avaliou tudo milimetricamente. Ok, então primeiro encostam-se os lábios devagarinho, depois mais um bocado, beijinhos no pescoço, os lábios outra vez... pode-se juntar a língua e dar ali alguma envolvência... o resto é como nos filmes. Ok, vendo bem, até é fácil.
 
Acaba a música. Miss Caco vai para casa. Vasquinho fica a arder sem perceber o que se passou ali. Se sonhou ou se aconteceu mesmo. Já está. Afinal é simples. Acho que não vou passar vergonhas.    
 
O fim de semana chegou. Primeiro slow. Punk Fifi investiu. Miss Caco deixou. Foi o beijo mais calculado e estrategicamente planeado da minha vida. Quase com direito a régua, esquadro e nivelador. Nem sequer da música me lembro, tamanho era o foco naquilo que estava a fazer. Miss Caco não fez por menos. Ok, é isto mesmo. Ninguém diria que é quase a primeira vez.

Pode não ter sido muito romântico, é certo, mas a verdade é que saiu perfeito.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

#Enganamequeeugosto#


O problema destas bolachas é que nos agarramos à cena do "Bio" só para justificar à nossa consciência o facto de não conseguirmos parar.

Mais uma panca.

 

Miss Caco é doida por estes cachecóis oversized. "Ah, mas estes assim mesmo enormes que praticamente só deixam os olhos de fora?". Sim, esses. E esses mesmos que também ocupam um espaço descomunal no armário e que às vezes mais parece que estou a sair à rua com a manta do sofá atada ao pescoço. Mas sim, é mesmo desses que gosto.
 
Ainda por cima, esta manhã, acabei de descobrir mais uma utilidade. Se os enrolar muito bem, sou capaz de conseguir adormecer no autocarro sem correr o risco do passageiro do lado pensar que quero ter uma relação séria com ele.

Oh pra eles aqui em baixo tão lindos:



 
 
 


 

Quem disse que as noites de segunda-feira são um secame?

 
Logo, pela meia-noite, este senhor da esquerda vai ser entrevistado pelo senhor da direita, no programa "Tanto para conversar", na RTP2.

Na volta, podemos combinar, ligamos a lareira, e vemos todos juntos, não?

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Miss Caco ajuda no desenrascanço natalício.

 
Gente que anda aí enrascadinha, daquela que deixa tudo para a última hora e continua sem saber o que vai oferecer este Natal, mesmo sabendo que estamos a uns míseros onze dias e que, ainda assim - vá-se lá a saber como - são uns irresponsáveis de primeira apanha, capazes de deitar a cabeça na almofada e dormir como se nada fosse.
 
A pensar em vós, Miss Caco fez uma pequena triagem só para vos fazer brilhar na noite de 24. Deixem lá isso, não têm de agradecer. Somos uns pr´ós outros, certo?
 
Então cá vai:

Para a mãe ou para a avó e que também serve para a sogra ou para a madrinha que nos mudou as fraldas e andou connosco ao colo:


Sea-Life Cream , da IÓ Skincare, marca de alta cosmética italiana que chegou há pouco tempo a Portugal.  Creme de dia hidratante com acção lifting e anti-envelhecimento, à venda em farmácias, parafarmácias e também na Well´s (84,00 €).

Para o mai novo, para a sobrinha, para o filho da melhor amiga ou para qualquer pequena criatura que vos desfaça o coração e apeteça estrafegar até ficar roxa:
 

Mochila Kanken, na maravilhosa Agu Agu, recentemente considerada, pela revista Time Out, como uma das 25 melhores lojas da cidade de Porto. E Miss Caco confirma que é o sítio ideal para perder a cabeça, com tanta coisa linda e original para a pequenada que - garanto - não se encontra em mais lado nenhum por este Portugal a fora. Ah! Também podem encomendar online (69 €, sem portes).  
 
Há em várias cores, mas esta é a minha preferida:

Oh pra eles aqui tão fofos:

 
Para o tio, para o primo a quem nunca sabemos o que oferecer, para o amigo do pai que nos desenrascou aquela multa no mês passado ou para a funcionária do centro de saúde que nos passa à frente nas consultas:


Cabaz de Natal youcook, com edição limitada e produtos selecionados e escolhidos a dedo. Podem encomendar no facebook da youcook, onde também encontram receitas para exemplificar a utilização (38 € + 5 € de portes de envio).
 
Para ele, quem quer que seja, desde que o queiram ver com muuuuuiiitooo estilo:
 

 
A Nike relançou uns clássicos lindos, como estes Nike Air Vortex Vintage V-Series, baseados nos originais de 1985. De cair para o lado, né?
 
Miss Caco ainda está a ver onde os encontra, mas fiquem a saber que a Nike tem loja no Centro Comercial Vasco da Gama (21- 895 12 63) e no Chiado (21- 011 20 61). Ainda não sei o preço, nem se se encontram por cá. Se não houver, comecem a pensar que amigo é que têm a viver fora e que venha cá passar o Natal para o poderem cravar. Quando tiver novidades, venho cá contar.
 
Para ela, a dona do vosso coração:
 
Este perfume que não é um lançamento, mas é um charme e será eternamente  um dos meus eleitos:
 
Narciso Rodriguez, For Her, 100 ml (95,95 €) na Sephora ou em qualquer outra perfumaria que fique em caminho.
 
Para a irmã, a melhor amiga, para nós, ou para quem merecer de verdade:
 
 
O último trabalho do António Zambujo "Rua da Emenda", onde destaco esta música "Viver de Ouvido" com uma letra linda de morrer da autoria do jornalista José Fialho Gouveia, de quem gosto muito. (13,99 €, na FNAC).

Ok, podem agradecer que esta cena, parece que não, mas até deu algum trabalho a fazer, o que ganha outros contornos se considerarmos que tenho uma proposta para acabar e a minha vida não é esta.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Deve ser brutal.


Devem estar a par do fim do mundo que se passa na ilha do Fogo, em Cabo Verde, a propósito da erupção de um vulcão desde o dia 23 de novembro, que já destruiu duas localidades de Chã das Caldeiras e obrigou ao realojamento de centenas de moradores.
 
Miss Caco felizmente nunca viu um vulcão em erupção. Provavelmente, se tivesse visto, também não estaria aqui para contar, mas teve uma experiência relacionada com este assunto.
 
Há uns anos, Miss Caco decidiu ir à Costa Rica. "Ah e tal que é brutal ver as tartarugas Gigantes  na Playa Grande e fazer aquelas excursões noturnas para ver os animais a desovarem e a voltarem ao mar em fila indiana, como se vê no National Geographic". É. É brutal de facto. Uma experiência inesquecível.
 
"Ah e tal que deve ser brutal ir até ao Arenal, aquele vulcão com 1670 metros que entrou em erupção depois de 400 anos de inatividade".
 
Para quem não sabe, a Costa Rica fica numa das zonas mais vulcânicas do mundo, onde existem sete vulcões ativos e mais de uma centena inativos. Há 6500 pequenos tremores de terra por ano. " Xiii! Brutal! Bora escolher um hotel que fique mesmo na base. Deve ser espectacular!".

E escolhemos. No dia que chegámos chovia a cântaros. Lamaçal por todo o lado. Um nevoeiro que não deixava ver um palmo à frente do nariz. Depois de  nos perdermos várias vezes, lá demos com o hotel. Mal se via o caminho, muito menos as placas. Uma humidade que só visto ("ai, a humidade, o problema no fundo, é sempre da humidade").   
 
Vegetação exuberante. Em algumas áreas o acesso é restrito e há placas a avisar "não prossiga". É perigoso à séria. Há gente que perdeu a vida por ali. Dizem.
 
Chegámos era quase noite. Não se via um chavelho. Podíamos estar ali ou em Freixo de Espada à Cinta que vulcões nem vê-los. No dia seguinte, fomos tomar o pequeno almoço. O restaurante era ao ar livre. Estava quente, muito quente. A mesma humidade e um nevoeiro que não deixava ver um palmo. Bonito. Andámos estes quilómetros todos, tanta hora de avião, tanta aventura pelo meio, aluguer de carros, pneus furados, estradas cortadas por árvores arrancadas pelas chuvas, e outras cenas que tal e agora chegamos aqui ao raio do vulcão e nicles, nem um centímetro se vê para contar como foi.
 
Acabamos por nos demorar no pequeno-almoço. "Olha, aproveitamos e vamos lendo os guias a ver o que se faz por aqui, que isto dos vulcões está-se mesmo a ver que nos vai sair furado". Miss Caco, ficou naquilo. Cabeça baixa a olhar para as sugestões turísticas e a tirar notas. A sublinhar. A escrever merdas para destacar o que era obrigatório fazer.  Passou algum tempo. Não sei quanto. O que sei é que, de repente, levanto a cabeça e ia ficando sem queixos. 
 
O nevoeiro entretanto levantou e à minha frente estava um puto de um vulcão que por mais que tente explicar a dimensão do bicho não tenho palavras para descrever. Arrebatador. Era como se estivesse há dois dias em frente ao lago Ness, adormecesse por segundos, e acordasse com o nariz do monstro em cima de mim. Só tive tempo de dizer: "Olha para trás, não vais acreditar no que estou a ver."
 
Brutal.
 
Até aqui tudo lindo. Mas só até ao momento em que vimos a exposição fotográfica da última erupção escarrapachada no lobby do hotel. Nessa altura comecei a pensar: "Hummm... se calhar isto não foi bem visto... Uma coisa é vir aqui, estilo toca e foge, tirar uma foto e zás, vazar outra vez. Outra coisa é dormir ao lado desta criatura. E agora? Quem ferra o galho com um monstro destes ao lado?".
 
Miss Caco passou a noite atenta aos ruídos. Não pregou olho. Acho que até ouvia as asas dos colibris. É que Miss Caco é aventureira, mas no fundo, no fundo, é cagarolas. Não tem tomates. E no que toca às forças da mãe natureza, muito menos. "Ah e tal que giro que é dormir ao lado de um vulcão!".
 
Não, minha gente. Não é. 
 

Ponham os radares a funcionar!


Miss Caco quer uma camisa em xadrez. Mas não é uma camisa qualquer. Tem de ser em flanela, mais comprida atrás do que à frente, tem de ter vermelho, tem de ser larga. Não... não é só larga. Tem de ser muuuuuiito larga. Assim tipo XXL.
 
Mas Miss Caco tem um problema. Miss Caco não encontra. Correu as secções de homem porque tem mesmo de ser muito larga (já disse?) e também não encontrou. Vai daí, achou por bem mandar aqui um filete e pôr-vos em alerta. Alguém viu? Alguém sabe onde há? Alguém conhece alguém que conheça alguém que queira pôr uma no prego? Não faz mal que seja usada, desde que esteja em condições. Miss Caco lava e tá feito.
 
Seguem em baixo alguns exemplos, com as devidas legendas para saberem ao que vão:

 
Esta, por exemplo, serve, desde que seja mais comprida atrás... 
 
 
Esta não tem vermelho nem parece ser mais comprida atrás, mas o tecido é perfeito.
 

Esta tem de ser mais comprida, mais larga e o tecido mais quente. O padrão safa-se.


Esta tá boa assim. Não morro é de amores pelo padrão. Mas tem vermelho. E é mais comprida atrás. E larga. E o tecido tá bom. Ok, não é perfeita, mas pode ser esta.
 
 
Curta. Pouco larga, mas a ideia está lá.

 
Tirando a maquilhagem e o look zombie, o resto até passa.
 
 
Esta é uma sugestão de outfit. Não está mal, mas é capaz de fazer frio... Um cachecol resolvia... Não pode é ser em xadrez. Ou, espera... se calhar, até pode. Ninguém ia reparar mesmo, né?

Miss Caco está apaixonada.



Por este perfume.

De maneiras que agora passo o dia a cheirar-me.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

O puto do "facilitanço".

 
 
A primeira vez que fui a Nova Iorque foi por esta altura do ano, em 2001. A esta distância, consigo rir-me do episódio que vos vou contar, mas a desgraça que me aconteceu na altura, por um triz não me estragava a viagem. Lembrei-me dela agora, nem sei bem porquê, e decidi partilhar. Afinal, os erros dos outros também servem para nos ensinar qualquer coisa, não é o que dizem?
 
Miss Caco tratou do alojamento. Cinco minutos a pé de Times Square. Uns apartamentos onde ficavam todos os funcionários da TAP. Toda a gente conhecia. Era um brasileiro que os alugava e ficavam mesmo por cima do seu restaurante, num sítio que, a nível de localização, era absolutamente fantástico e o preço um verdadeiro achado. Não sei se ainda existe, mas naquele tempo meio mundo ficava lá.
 
Bom, Miss Caco viajou na TAP com o companheiro. O voo atrasou algumas horas e por isso, a previsão de chegada passou para as 22h30. Companheiro Caco alertou-a para a necessidade de avisar o brasileiro sobre a alteração de horários. Miss Caco assobiou para o ar e achou que não era preciso porque certamente àquela hora o restaurante ainda estava aberto.  
 
Mentira. Não estava. 22h30, Dezembro, um frio de rachar, noite cerrada, dois pitufos carregados de malas no coração de Nova Iorque, sem ter onde pernoitar. Ligo ao brasuca. Não atende. Bato à porta do restaurante. Tudo fechado.
 
Ok, é oficial. Estamos fodidos. Há que encontrar uma alternativa. Começámos a andar com as malas atrás e a entrar em todos os hotéis que apareciam. Tudo full. Nada a fazer. Companheiro Caco a deitar faíscas. Nunca um "eu bem te avisei" foi tão bem aplicado. Miss Caco do tamanho de um rato. Companheiro Caco a espumar. Voltava ao ataque. "É o que dá o puto do facilitanço!!!" Miss Caco só queria um buraco. Para se enfiar. 
 
Silêncio outra vez. Daqueles silêncios dilacerantes. Éramos nós, o barulho da cidade e das rodas das malas que teimavam em ficar presas nos sacos de lixo (Deus meu, tantos sacos de lixo!). A saga da procura de hotel não tinha fim. As horas a passarem e as ruas a ficarem cada vez mais desertas. Miss Caco a panicar. Companheiro Caco a espumar.
 
Grupos de gente duvidosa a pedir-nos tabaco. Ou lume. Companheiro Caco dava. E eu ficava em transe a achar que era uma manobra para nos levarem as malas ou tirarem um rim. Ou as duas coisas ao mesmo tempo.
 
Finalmente um hotel. Qual oásis no meio do deserto. O primeiro com um quarto livre. Muito bom aspecto. Pedi a companheiro Caco para perguntar o valor. Tinha medo de ouvir. Como se esta pergunta tivesse alguma razão de ser. Fosse quanto fosse, estávamos de mão atadas se não queríamos a passar a noite num cano de esgoto. Provavelmente sem um rim.
 
- Setenta contos. "Setenta contos????!!???" (sim, na altura ainda eram contos) Trezentos e cinquenta euros para quem não sabe o que isso é.
 
Há alternativa? Não. Subimos ao quarto. Ninguém abria a boca. Miss Caco continuava a panicar. Agora o drama era outro. "Então e se o brasuca cancelou a reserva? E se amanhã chegamos lá e não há apartamento livre? E se isto volta a acontecer? Nesta altura do ano está tudo cheio... We´re fucked".
 
Escusado será dizer que passei a noite a dar voltas na cama, a ouvir o barulhos dos carros a passar na rua em frente e a contar os minutos, a olhar obcecadamente para o relógio. Ansiosa que o dia nascesse. Companheiro Caco dormia. Miss Caco panicava.
 
Sete horas da manhã. Ok, vamos ver. Não há pequeno-almoço para ninguém. Agarramos nas malas, eu de directa, com olheiras até ao chão e o coração a mil. Atravessamos dois ou três quarteirões até à rua do brasileiro. Ninguém abria a boca. 
 
O apartamento estava à nossa espera. Subimos com as malas outra vez. Trombas de companheiro Caco ao rubro. Miss Caco lixada da vida por ter de lhe dar razão. Desfazer as malas. Tirar a roupa, os sapatos, o guia, a máquina fotográfica, os telemóveis, arrumar cenas, carregar bateria.
 
Miss Caco (encolhida) : "Onde guardaste o adaptador?"
Companheiro Caco (inchado que nem um perú): "Que adaptador?!?"
Miss Caco (menos encolhida): "Para carregar a bateria, carago! Aquele que comprei de propósito... Não te disse que as fichas aqui são diferentes???!?" 
Companheiro Caco (encolhido): "Humm... Esqueci...".
Miss Caco (inchada que nem um perú): "Pois... É o que dá o puto do facilitanço!!!"

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Miss Caco foi ao shopping no feriado com uma criança de dois anos e sobreviveu.

 
Miss Caco estava decidida a aproveitar o feriado para se enfiar no shopping com a criatura e aviar as prendas de Natal de uma assentada.
 
Pôs despertador, preparou o saco com as tralhas, vestiu o miúdo, deu-lhe tentou dar-lhe o almoço mais cedo - "não faz mal, meto isto num tupperware, aqueço lá no micro-ondas da restauração e está feito" - foi buscar o carro à garagem com a criatura para não a deixar sozinha em casa (o verdadeiro delírio, sentar-se no banco ao lado, sem cadeirinha), estacionou em frente à porta de casa e toca a alombar com a parafernália de tralhas cá para fora, vulgo, o "ovo", o saco com os víveres, fraldas, dodot´s e afins, o carrinho para o transportar, o casaco, o gorro, o meu casaco, o meu gorro e a criatura.
 
Pousar tudo junto à viatura. Agora é só meter o miúdo no "ovo" e já está.
 
(...)
 
É o metes. Não está habituado a andar no meu carro e achou por bem que hoje também não era o dia. "Então, mas logo agora que já tenho tudo na rua?!?". Vale tudo para o fazer mudar de ideias: metê-lo ao volante, mexer nas mudanças, deixar pôr os sapatos nos estofos beges, buzinar, tudo até se esquecer.
 
Ok, já se esqueceu. Tentar de novo. Desta vez com sucesso. Meter a tralha lá dentro. Entalar um dedo na porta. Dizer asneiras. Muitas. Ainda bem que ele ainda não percebe. Estou para ver como vai ser a minha vida quando esse dia chegar. Olha, estalei o verniz. Que bonito, ir para o shopping com verniz estalado. Ainda por cima vermelho. Não sei o que fazer com tanto estilo.
 
O carro é lindo, é certo. Mas só tem espaço para mim e três hamsters. Ok, exagerei. Para mim, três hamsters e um buldogue francês. Mas este já só vai na mala. Seguimos caminho. A ouvir este som. É a loucura. Quatro braços no ar (um de cada vez, não convém largar o volante), gritos em uníssono, cantar aos berros, mesmo só sabendo o refrão. O resto inventa-se. Ele não sabe inglês, é capaz de não dar por ela. A puta da rebaldaria até ao shopping. Duvido que o concerto do Anselmo atinja este nível de excitação.
 
Chegámos. Toca a tirar tudo cá para fora. Sim, está a correr bem. Vamos lá.
 

Chegada ao shopping. É preciso dar-lhe de comer. Enfiar o tupperware no micro-ondas. Mesas cheias de povo. Não há onde sentar. Que se lixe, vou andando até encontrar um sofá. Cinquenta metros depois, o primeiro sofá livre. Miss Caco corre, ao estilo dança das cadeiras. Uff!! Apanhei. É meu! Toca a dar-lhe de comer.
 
É o dás. Dois metros ao lado está uma cena daquelas que se mete moedas para os putos andarem. Pior, não é uma cena qualquer. É o Mickey. Está tudo perdido. Braços no ar outra vez. Desta vez a gritar em direcção ao raio do rato. "Mas bebé, comes agora e a mamã leva-te lá depois". Era preciso que ouvisse. E depois de ouvir, que assimilasse. Impossível. E o shopping a olhar para mim.
 
Ok, é oficial. Não há almoço para ninguém. Manda o bacalhau às urtigas. "E tomate, queres?" Vê Deus sempre que lhe mostro tomate. Por segundos, esquece o Mickey. Não, não posso ser eu a dar. Tem de ser ele. E com as mãozinhas lá dentro. Tudo a que tem direito. E o molho a escorrer pelas mangas abaixo. E eu a passar-me, mas olha, pelo menos come.
 
 
"Iogurte, queres?". Sim. Bebe como se fosse o último à face da Terra. O importante é despachar para ir ao Mickey. Agora não tenho lanche. É capaz de não dar jeito dar-lhe bacalhau aquecido às cinco da tarde...
 
 
Oh mãe, diz àquela senhora para desviar o pandeiro que preciso estacionar.
 
Ok, já andou no Mickey. Agora tenho de ir ao Continente comprar o lanche que ele acabou de comer. Trago boiões de fruta. Estão em promoção. Levo oito. Vamos lá. Seguimos pelos corredores enquanto decido a loja que ataco primeiro. Braços no ar outra vez e mais gritos. Muitos. O que foi agora? Vejo o parque de diversões ao fundo. O mundo pode vir abaixo daqui a meia hora que o mais importante é entrar naquele parque. 
 
Levo-o na esperança de ficar ali dez minutos e fartar-se. "Olha, tão linda esta joaninha para te sentar aqui e abanar até implorares para te enfiar no carro outra vez, não é bebé?". Não, não é. O que é giro é aquela cena com uma piscina cheia de bolas onde os putos se matam lá dentro. "Não podes bebé, não é para a tua idade". Mas ele queria que fosse. Era preciso que ouvisse. E depois que assimilasse. Primeira birra a valer. E o shopping a olhar para mim. E eu a tentar controlá-lo. Sem sorte nenhuma. "Mas onde é que eu achei que isto ia ser possível?!?". 
 
      
 
O momento onde percebeu que era ali que queria entrar. Precisamente dois segundos antes de decidir enfiar-se pelo buraco mais próximo e eu desatar a correr atrás dele.
 
Ok, não há safa. Metê-lo aos berros dentro do carrinho. Primeira loja. Primeiras compras. Primeiras birras na fila para pagar. E eu a achar que se ele não adormece na próxima meia hora o melhor era ir para casa antes que endoideça. 
 
Hora do lanche. Os boiões de fruta e as bolachas. Mais uma vez tem de ser ele a segurar na colher. Manda abaixo um boião. Pede outro. Vou buscar de um sabor diferente para não enjoar. Manda-mo comer a mim. Continua a dizer que quer outro. Abro um igual ao primeiro. Afinal já não quer. E eu com dois boiões abertos. E agora? Tenho de os comer. Dois boiões de fruta. Ele a olhar para mim. E o shopping também.  

 
Pormenor da unha lixada quando foi entalada na porta do carro. Só charme.
 
Prospeção de lojas. Fazer piscinas para evitar passar em frente ao parque de diversões. Fazer piscinas para encontrar os elevadores. Fazer piscinas para encontrar a casa de banho. Passo à frente esta parte que era mais meia hora para explicar como se faz chichi com um carrinho de bebé que não cabe no wc.
 
Finalmente adormece. Miss Caco está doida e compra tudo que aparece à frente. Varre as lojas como se não houvesse amanhã, até não ter mais espaço onde pendurar sacos no carrinho.
 
Duas horas depois acorda a criatura. Enfia tudo no carro. Vamos para casa. Tira tudo do carro. Leva os sacos para a sala. Constata um ligeiro problema... é quase tudo para mim.
 
Olha, deixa. Afinal, nunca saberei quando voltarei lá outra vez.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Pergunta que não leva a lado nenhum.


- BABY CACO O QUE É ISTO???!!!??!

- Réplicas fiéis de Foz Coa.

Pergunta para dar ao gato.


Miley Cirus: Então e se eu decidisse sair à rua com os sapatos do Batatinha, a peruca da viagem de finalistas, as meias que o José Castelo Branco usou na primeira actuação no Trumps, uma pochete comprada em Carcavelos e duas tampas do liquidificador, isso era o quê?.

Miss Caco: Uma óptima ideia!!!...

(...)

... para o Carnaval de Estarreja.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

É destes golpes de marketing que o mundo precisa.


Aposto que, a esta hora, o livro já esgotou.

Está original a dupla função dos marcadores acetinados, a combinar com as luvas sem dedos, só para dar mais jeito para virar as páginas. Tudo pensado ao detalhe.

Ele há cada génio!