Foi ontem o dia em que contei a história na escola de Baby Caco. Ele já sabia da novidade de véspera e, curiosamente, pela primeira vez acordou sozinho, ainda antes do meu despertador, e ficou quietinho na cama, de olhos abertos. Eu cá quero acreditar que era pela ansiedade do acontecimento.
Peguei em tudo o que tinha preparado, meti num saco, levei a máquina fotográfica para o pai assinalar o momento e lá fomos. Os miúdos estavam contentes por perceber que se ia passar alguma coisa de diferente e andavam à minha volta a fazer perguntas do estilo: "És a mãe de Baby Caco?", "Eu também tenho uma mãe e um pai!", "Vens contar uma história?".
Assim que me sentei e olhei para aquela mini plateia de sorrisos rasgados e olhos arregalados, com o meu amor pequenino a sorrir para mim, sentado na cadeira estrategicamente colocada à frente (já vão perceber porquê), não consegui deixar de me comover.
Agarrei nas cartolinas, respirei fundo e pensei: "ai Jesus, mulher, tu não te desgraces que isto ainda agora começou", e, nem sei bem como, lá consegui disfarçar as lágrimas que teimavam em sair e desatei para ali a contar que era uma vez um rato que queria chegar à lua para saber a que sabia e blá, blá, blá....
A reacção dos miúdos foi muito engraçada, adoraram, ficaram eufóricos, muito participativos. Baby Caco sorria e, por vezes, interagia, quando eu fazia perguntas, mas notei-o um bocadinho tímido e confuso, talvez por ver os pais num ambiente onde não está habituado.
Como sabem, a história que escolhi chama-se "A que sabe a Lua" (os interessados podem fazer o download dois posts atrás). Imprimi as páginas e colei em cartolinas que ia passando conforme a história avançava.
Cada vez que aparecia um animal na história, tirava-o desta caixa, que tinha um pouco escondida, e lá ia falando da tromba do elefante ou do tamanho do pescoço da girafa, enquanto um miúdo "desmancha-prazeres" - mas que era o mais participativo e um amor de criança - gritava: "Isso é um brinquedo!!!" Eu sorria, fazia de conta que não ouvia e pensava: "Pois claro, estavas à espera que agarrasse no primeiro leão que encontrasse e o trouxesse para aqui para jogar à macaca contigo?!".
Quando chegou o momento de falar do rato, fiz de conta que o procurei na caixa e não encontrei. Então, pedi-lhes para procurarem debaixo da mesa e das cadeiras (antes de entrarem, tinha colado o rato no fundo da cadeira de Baby Caco). Não foi ele que o encontrou, foi a colega do lado, mas o resultado foi bom na mesma e eles acharam muita graça.
Depois, quando parecia que a história tinha chegado ao fim, disse-lhes que tinha uma surpresa. Que tinha falado com o rato e lhe tinha pedido para trazer um pedaço de lua para eles comerem. Nessa altura, fiz um grande alarido em torno deste acontecimento e tirei de trás do sofá esta caixa:
Eles arregalaram ainda mais os olhos. Coloquei-a em cima da mesa e abri-a à frente deles. Lá dentro tinha uma espécie de gofres, que foi o que encontrei no Lidl de mais parecido com pedaços de lua...
E pronto. Foi isto.
Tudo está bem quando acaba bem.