E 14 meses depois de teres entrado nas nossas vidas, meu AMOR, tu és assim:
- começaste a andar verdadeiramente há 15 dias. Já corres a casa toda e és perito em mandar abaixo tudo o que te aparecer à frente;
- gostas de esconder a chupeta no cesto da roupa suja, só para me veres a virar a casa do avesso à procura dela;
- não suportas babetes, o que aumenta consideravelmente o volume de roupa para lavar;
- gritas desalmadamente se te puser na tua cama, por isso dormes connosco. Acho que aos 15 anos já deves estar farto, mas eu não me importo de esperar até lá;
- gostas de ficar pendurado na banheira a ver-me tomar banho, enquanto levas com os salpicos da água;
- ficas fascinado a tentar descobrir como é que se abre a torneira do bidé e eu aprecio a paz de espírito que antecede essa revelação;
- já não gostas de sopa como antigamente;
- entendes todos os meus "NÃOS" como um sinal para avançar;
- detestas deitar-te para mudar a fralda;
- não tens "dudu". O teu melhor amigo é o telemóvel da mãe e o segundo melhor amigo é o tablet do pai;
- não falas rigorosamente nada, a não ser "mamãmãmãmãmãmã" e uns ruídos que só tu entendes. Para compensar, és especialista em gritar em registos vários;
- a tua brincadeira mais recente é ficar de pé no sofá e mergulhar de cabeça para as almofadas;
- ris-te à brava com o teu pai, mas quando te vês aflito é a mim que chamas (o que já reflecte um elevado instinto de sobrevivência);
- és o bebé mais lindo do universo;
ADORAS:
- que te pegue ao colo para mostrar as fotografias penduradas da parede e repetir milhentas vezes os nomes das pessoas, enquanto faço piscinas, de uma ponta à outra da sala, a alombar com os teus 11 kilos nos braços;
- lamber a sola das minhas pantufas;
- arranhar e beliscar-me a pele, sempre que vês qualquer superfície do meu corpo para além da cabeça e das mãos;
- desenrolar o rolo de papel higiénico e tirar roupas das gavetas;
- ser penteado;
- desligar a luz da cozinha quando estou a cozinhar;
- ficar pendurado à janela a ver a rua;
- ver-me a fazer a mala de fim-de-semana só para tirar tudo cá para fora quando estou de costas e, às vezes, mesmo nas minhas barbas;
- laurear a pevide (nisto sais ao teu pai);
- comer folhetos promocionais e revistas, em particular aquelas que ainda não lemos;
- passear pela casa com uma colher de pau numa mão e o comando a televisão na outra, sendo que andas a treinar intensivamente para conseguir segurar o comando do ar condicionado na boca;
- que te deixe pegar na colher, enquanto te tento enfiar a comida pela goela abaixo alimentar, a fim de conseguires atirar metade dos víveres para o chão e o resto a decorar o teu cabelo;´
- tangerinas e fruta em geral;
- beber água pelo copinho e, segundos depois, deixá-la escorrer, devagarinho, pelo queixo abaixo, enquanto me ouves a gritar para parares com essa brincadeira estúpida que, certamente, foi o teu pai que te ensinou;