sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Perto disto, o "Terror na Autoestrada" é coisa para meninos.


Tenho uma memória de galinha e essa foi uma das razões que me fez criar este blogue, para poder debitar aqui algumas das peripécias que me acontecem, sobretudo as que envolvem Baby Caco, porque sei que quando ele fizer dois anos as probabilidades de não me lembrar se nasceu de cesariana ou de parto normal são elevadas.

Já ando para contar a história que se segue há muito tempo, mas como é um pouco longa, tenho vindo a engonhar. É uma história 100% real que - apesar de não parecer - aconteceu mesmo, de verdade, e que de tão mirabolante que é, podia perfeitamente ser contada hoje à noite durante o Festival Grant´s True Tales, na secção de contadores anónimos, onde estará o Factos de Treino a brilhar à força toda. E já que estão aí, anotem este nome que ainda vai dar muito que falar.

Mas voltemos ao que interessa. Isto passou-se quando eu tinha uns 22 ou 23 anos e começou quando eu e umas amigas decidimos, por galhofa, candidatar-nos ao "Assalto à Televisão", um concurso da RTP que era apresentado pela Carla Caldeira, tinha o Carlos Cruz, a Ana Bola e o Júlio Isidro como jurados e basicamente a ideia era fazer com que os candidatos passassem por situações absolutamente constrangedoras com o objectivo de seleccionar um futuro apresentador de televisão. Claro está que se soubesse ao que ía, teria ficado em casa a coser meias, mas enfim...

Bom, até aqui tudo bem. Fiz o casting e dias depois - apesar de muita hesitação - apanhei a Renex das 5 da manhã para chegar às 8 horas aos estúdios, em Lisboa. Lá fizemos as gravações que duraram o dia inteiro. Grande galhofa entre os concorrentes, almoço para cá, lanche para lá, "e que gira que foi a tua prova", "a tua também não esteve mal" e, ao fim da tarde, já éramos todos uns amigalhaços, tal qual como se tivessemos estado três meses fechados na Casa dos Segredos.

Fim do dia. Hora da despedida. Trocámos contactos (na altura não havia facebook), "ai e tu de onde és", "para onde vais", "como vieste" e vai que um dos candidatos também era do Porto e oferece-me boleia de regresso. Eu - com a ingenuidade típica dos 20 anos - feliz da vida, aceitei.

Seguimos caminho pela A1. Tudo tranquilo. A certa altura, começa a falar-me da infância, da relação conturbada com os pais e com a ex-mulher e, enquanto recordava alguns episódios do seu crescimento - até aqui aparentemente normais -, eu notava que ia falando com um tom de voz cada vez mais enfurecido. Não consegui perceber bem a razão, era como se estivesse a contar algo que o enervava verdadeiramente recordar, embora eu não tivesse perguntado nada sobre a sua vida.  

De repente, contou que, em tempos, tinha tido uma  experiência invulgar com a namorada. Tinham decidido percorrer o país à boleia, mas algemados. Isto é, entravam nos carros e assim que as pessoas perguntavam porque estavam algemados, eles respondiam: "Algemados??!? Mas quem é que aqui está algemado? Somos nós ou vocês?? Vocês!!!! Vocês é que estão presos às leis da vida!!" E dizia isto equanto gesticulava, braços no ar, gritos enfurecidos.

Eu, que nesta altura comecei a ver a minha vida a andar para trás, tomei consciência que tinha, rapidamente, de encontrar uma forma airosa de sair daquele carro. Decidi adoptar a estratégia de dar impressão que estava a achar tudo aquilo absolutamente normal e ia-me rindo à medida que ele ia contando episódios cada vez mais esquizofrénicos. A ideia (achava eu) era apanhá-lo desprevenido e, à primeira oportunidade, sair dali para fora. Rapidamente percebi que não seria fácil, já que ele tinha acabado de atestar o depósito, mal entrámos na autoestrada.

Entre as várias barbaridades que acompanhavam aquele discurso doentio, disse-me que entraram num clube secreto onde fizeram um pacto que os proibía de ver a luz do sol. Basicamente passavam os dias fechados em casa e à noite saiam para dançar nas campas dos cemitérios. Nesta altura, já com o coração a mil, soltei uma gargalhada e disse: "Ai, sim? Nos cemitérios? Mas que raio de ideia foi essa? Ahahahahahha!" (morta de cagaço). Ao que ele, furioso, responde: "Que raio de ideia, como???!? Querias que fizéssemos o quê?!!? Que fossemos para os jardins ver as FLORES A RIREM-SE PARA NÓS??!?" 

Sem pinga de sangue, esclareci: "Claro que não, isso assim não teria graça nenhuma". O tom e os temas da conversa foram piorando, num crescendo vertiginoso, que me fazia acreditar piamente que aquilo ia acabar muito mal, até porque no meio de cada história, ia dizendo que tinha uma coisa muito grave para me revelar. Todas as vezes que ele dizia isto, eu mudava de assunto porque o medo de ouvir o que ali vinha, fazia-me tremer mais do que uma brasileira em pelota pendurada num glaciar na Sibéria (por mais que esta imagem até possa ser interessante).

Rapidamente percebi que tinha de me preparar para saltar do carro. Discretamente, fui tentando tirar o cinto de segurança, sem que ele percebesse, apesar de ver a velocidade no visor do tablier e pensar que poucas seriam as hipóteses de me safar. Mas entre isso e levar com uma pontimola nos rins, mil vezes saltar da viatura.

Segue-se o ponto alto da viagem: furioso e a conduzir a uma velocidade considerável, diz-me que chegou um dia em que decidiu acabar com aquela vida. E eu, sempre a rir e a dar ar de que estava a achar aquelas histórias divertidíssimas,  respondo: "Ai sim? Decidiste abandonar o tal grupo?".

Ele: "Abandonar o quê?!? Eu não desisto de nada, ouviste??! Está claro?!? O que eu fiz foi decidir  acabar com tudo de uma vez! De uma só vez!!!"
Repentinamente, liga a luz do interior do carro e chapa-me os pulsos a um palmo do meu nariz. Aterrorizada, mas sem qualquer expressão, dou com duas cicatrizes, uma em cada pulso, com ar de não terem sido feitas com uma folha de papel.

A suar, tal como se andasse há dois dias a atravessar o Sahara, solto um, aparentemente, descontraído: "Mau Maria, então o que aconteceu, pá?".

Ele:"Já lá vamos... mas o que ainda não te disse foi que vamos ter de fazer aqui um desvio". 

Nesta altura, sai da A1 e entra por uma via que dá acesso às portagens do Pombal. Abranda e assim que chega à portagem, digo: "Ok, mas então deixa-me só aproveitar para ir ali fazer xixi num instantinho". Abro a porta do carro e caminho calmamente em direcção à casinha da Brisa que ficava mesmo ao lado da portagem, - a achar que poderia levar um balásio nas costas a qualquer momento -  apesar da minha vontade ser desatar a correr por ali fora, qual Francis Obikwelu.

Assim que chego à janela da dita casinha, já em pânico, digo ao homem da Brisa: "abra-me a porta por favor. Apanhei boleia de um psicopata que me quer matar e por isso, a partir de agora, você vai dar-me dois beijos e dizer que é meu tio. Vou dizer que nos encontramos aqui por acaso e que fico a dormir em sua casa e aproveito para visitar as primas".

O homem, atónito, abriu a porta, entrei e quando estava a encenar a cena dos beijos, vejo o esquizofrénico aproximar-se da dita janela. Antecipo-me ao homem da Brisa e digo: "Oh pá, nem vais acreditar... o mundo é mesmo pequeno... então não é que acabei de encontrar aqui o meu tio?" E blá, blá, blá... por ali fora. Ele "transforma-se" novamente na pessoa aparentemente normal que tinha sido durante toda a tarde e diz-me: "Ok, então tchau e até um dia destes!".

É aqui que começo a tomar consciência no que me tinha metido e fico ali a tremer que nem varas verdes, a tentar recompor-me para ligar aos meus pais - novamente com o ar mais natural do mundo -e pedir para me virem buscar, porque a pessoa com quem tinha apanhado boleia disse que teria de ir visitar os pais e eu decidi pedir-lhe para me deixar ali, de maneira a não perder mais tempo.

O tempo que se seguiu foi comigo, histérica, a contar ao homem esta história e ele sentado, calado, de olhos arregalados a ouvir atentamente e a terminar o meu relato desenfreado com a pergunta: "Mas menina, quando é que o programa dá na televisão?". 

Chegam os meus pais. Entro no carro, fingindo que tudo aquilo era muito normal. A minha mãe, furibunda: "Estou para saber que raio de ideia foi esta. Fizeste-nos fazer estes kilómetros todos, a estas lindas horas, só porque o rapaz ia perder tempo a ver os pais?! Sinceramente..."

E pronto. Neste dia percebi que todos temos de ter histórias para contar aos netos. Esta pode ser estranha, mas é a minha.

Jurei que não haveria disfarces de Carnaval...


... mas como é que resisto a isto?!?

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

O que dizer disto?!?

 
 
Na secção das estatísticas aqui do blog, fui dar com uma zona onde aparecem as palavras que foram pesquisadas por alguém, cuja pesquisa o direccionou aqui para o pardieiro. E com a lista de frases que me apareceu, só posso concluir que, realmente, este antro não se recomenda a ninguém.
 
Senão, vejamos: 
"Como desinchar o rosto após uma coça"
"Vila Nova de muito longe"
"Dei o rabo na pastelaria"
"Fanny magra que dói"
 
 Resta-me manter a esperança de que quem não vem cá parar por acaso, tenha um leque de interesses um pouco mais vasto e uma mente que não padeça de fetiches doentios. Embora eu tenha fé que a pessoa que pesquisou a terceira frase, certamente terá uma explicação para isto: "Ah e tal, mas não estamos a falar de uma pastelaria qualquer, não senhora... eu cá só o faço na Versailles, ao domingo de manhã, ou então na Benard, assim mais à tardinha".
 
Nota: Espero que gostem da foto. Apesar da regueifa não ser má de todo, lamento mas não encontrei nenhuma com uma pastelaria como cenário.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

E aquele momento...


... em que os bebés ganham o vício de nos enfiarem os dedos pelas goelas abaixo? O que vale é que - tirando os momentos em que Baby Caco anda a desvendar os mistérios do saco da roupa suja - na maior parte das vezes sabem a bolacha Maria.
 
Espero que mantenha o hábito no dia em que começar a  comer Nutella.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Sou só eu que fico fula?


...quando quero comentar um post e aparece-me este raio desta caixa a pedir-me para provar que não sou um robô??
 
Mas afinal que merda vem a ser esta? Então se eu fosse um robô, estava aqui a perder tempo a comentar posts ou estava a tratar de fazer o jantar (se fosse um robô de cozinha) ou de reservar um bom lugar na CES 2015 - Consummer Electronics Show, a maior feira de tecnologia do mundo? Humm?  
 
Pensando bem, entre fazer o jantar e comentar posts... bem, esqueçam. Se calhar, era gaja robot para estar por aqui mesmo...

Já ganhei o dia.

 
A ama que toma conta de Baby Caco tem pouco mais de 20 anos. Apesar de termos duas décadas a separar-nos, conseguimos dialogar sem que isso se note muito. Eu mando-lhe lol´s nos sms e falamos sobre cenas da Casa dos Segredos. Portando, calculo eu, deve achar que sou muito cool, apesar de ter praticamente a mesma idade que a mãe dela. 
 
Há dias, mandou-me um sms a perguntar se podia ir lá a casa uma amiga entregar uns produtos da Yves Rocher que ela lhe tinha comprado por catálogo. Disse-lhe que sim. 
 
Quando cheguei, disse-me que a amiga tinha entrado na sala, visto a parafernália de fotografias que tenho distribuídas pelas paredes e que ficou muito surpreendida quando soube que eu tinha 40 anos. "A tua patroa já é quarentona??!?", exclamou.

A bem da verdade, estas catraias devem achar - tal como eu achava na altura - que 40 anos é idade de cotas, portanto, devia estar à espera de encontrar uma senhora gorda, com cabelos brancos, de fato de treino e naquelas poses de dona de casa. Tudo menos fotos comigo a fazer caretas com a minha sobrinha ou a casar-me com um vestido rosa fúcsia.

Apesar de dar algum desconto, nesta altura o meu ego já estava imparável, com um tamanho de fazer inveja à Cordilheira dos Andes. Mas a cereja no topo do bolo surge assim que ela lhe mostra uma foto que tirei naquelas sessões que se fazem com os bebés alguns dias depois de nascerem, quando mal abrem a pestana.

Ao que parece, já de queixo caído, exclamou:

"Ainda por cima é modelo?!?".

Pronto. E assim se fazem cotas crianças felizes. Já não bastava ser patroa, como ainda sou modelo. Um modelo de patroa, portanto.

Mesmo sabendo que as fotos com filtros fazem milagres e que certamente a miúda estará a precisar de umas lentes novas, o certo é que agora ninguém me atura nos próximos dias. Calma... a boa notícia é que é só até o ego desinchar. Deve ser coisa para durar dois ou três dias e depois passa, mas achei por bem avisar.

Nota: A foto que ilustra este post é da modelo Kate Moss que - só para copiar a Fernanda Serrano na GQ (lambisgóia, não pode ver nada...) - aproveitou os 40 anos para ser capa da Playboy. Quanto a mim, agradeci, mas optei por declinar o convite.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Quer-me parecer


... que se o McDonald´s pusesse a Dora ao balcão com esta farda, os Mc Royal Cheese esgotavam enquanto o Diabo esfrega um olho...

Eu sei que toda a gente já viu isto.


... mas a verdade é que não se aguenta de tão fofo que é. Além destas aqui em baixo, podem ver mais fotos aqui. E se quiserem recordar como era o Theo (o cão) e o Beau (não me lembro de nome mais apropriado para esta criatura de Deus) há dois meses, entrem aqui.

Não dá vontade de levar para casa e esfrangalhá-lo com beijos? Eu avisei.








quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Alguém tem referências?


Ai que jeito que isto me dava. Era isto e mais três armários iguais ao que acompanhou o Zezé Camarinha aos estúdios na noite de nomeações e tenho para mim que o problema ficava resolvido.

E tu, vais de quê?

Nunca achei muita graça ao Carnaval e este ano alguns elementos da família, que têm pouco que fazer na vida, perguntaram-me de que é que vou vestir Baby Caco. Ora, a mim o que me apetece fazer é aparecer com ele vestido de forma absolutamente vulgar e no momento em que perguntem: "Então, mas vestiste o menino de quê?", respondo-lhes que está disfarçado de psicopata, vulgo, uma pessoa com aspecto aparentemente normal (vi isto num filme e pareceu-me brilhante). 
 
Ele é bebé e não faz puto de ideia do que é o Carnaval, por isso, ansiosa como sou, dei comigo a procurar outfits para o ano que vem, altura em que ele talvez comece a achar graça à coisa. Mas como não quero nada de Homens Aranhas, nem Batmans, a tarefa não fica fácil.
 
Para já, tenho estes dois eleitos:

 
Neste caso, eu irei vestida de Alice e Marido Caco vai daquele gato gordo que estava pendurado em cima da árvore, cujo nome não me lembro, ou, se entretanto a dieta já tiver dado frutos, poderá ir de carta do baralho.


Nesta opção, não me sobra grande alternativa: tenho de ir de mãe do puto, vestimenta que não deve ser difícil de arranjar. O pai leva um fato de astronauta e faz de conta que é um daqueles senhores que levou o ET para objecto de análise. 

A bem dizer, confesso que também não desgosto destes:


Se fosse este, o pai ía de Monstro das Bolachas e eu de um bicho qualquer da Rua Sésamo, desde que fosse giro e tivesse pouco pêlo.


Este aqui seria bom se vivessemos no Brasil, portanto, fica para quando formos forçados a emigrar.

Agora, meus amigos, se tivesse um buldogue francês, a conversa já seria outra... Olhem só que adereços tão fofinhos:

 
Joana Vasconcelos, na inauguração da exposição em Versailles

 
Minnie Turner (uma mistura de Minnie com Tina Turner)

 
Anselmo Ralph

 
Winston Churchill

 
May the force be with you  

 
Marco, o pasteleiro borjeço

 
Ágata

 
Lili Caneças
 
 
Diz que é o Harry Potter, mas a mim parece-me mais o Eusébio com óculos.

 
Chris Brown a sair do gym, horas antes de enfardar na Rihanna  
 

 
Este aqui não sei de que está, mas pareceu-me fofinho para terminar.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Lisboa a somar pontos.



O Hostelworld, o maior portal do mundo para reservas de hostels, acaba de anunciar os vencedores dos seus prémios, votados pelos utilizadores, sendo que Portugal é o país com maior número de hostels premiados.
 
Entre os 11 vencedores lusos está o hostel mais premiado do mundo. Chama-se Home Lisbon, fica na zona da Baixa alfacinha e olhem só que fofinho que é. Quase que dá vontade de fazer como a Beatriz Costa e ir acampar para lá até ao fim dos meus dias.


 

Ide, ide, ide que não vos arrependeis!


Ora aqui está um programa que recomendo vivamente. Acho que não fui à edição do ano passado (provavelmente coincidiu com a minha licença de parto), mas estive lá no ano anterior e simplesmente ADOREI.
 
Para quem ainda não ouviu falar, é basicamente uma noite em que ouvimos figuras públicas a contarem histórias reais, isto é, que realmente aconteceram nas suas vidas e que, graças a algum pormenor curioso ou mirabolante, são verdadeiramente surpreendentes.
 
Na altura, o meu convidado preferido foi o Valter Hugo Mãe que relatou, de forma prodigiosa, um episódio da sua infância, que os mais curiosos poderão facilmente encontrar no you tube. É uma história um bocado longa, mas vale mesmo a pena ouvir. Ele é novamente convidado nesta edição, por isso, vai haver galhofa, pela certa.
 
Perfeito, perfeito, era o festival deste ano ser no Porto para eu ter onde deixar o piqueno. Se assim fosse, estava já com os bilhetes colados na porta do frigorífico, mesmo ao lado dos talões de desconto do Continente, só para poder olhar para eles todos os dias.

Fui ao mercado.


Este fim de semana fui parar, por acaso, ao mercado de Campo de Ourique. Já tinha ouvido falar mas, na verdade, não fui lá ter de propósito. Estava apenas à procura de um sítio para dar a papa a Baby Caco e ao virar a esquina, dei com isto.
 
Muito engraçado, sim senhora, mas com o problema de ser um daqueles sítios onde as pessoas vão não só para ver, mas também para serem vistos. E o resultado é um espaço a rebentar de gente gira, mas onde se espera 15 minutos para pedir um café.
 
Por outro lado, a uma distância de uns míseros 300 kilómetros, temos uma outra opção com um conceito muito semelhante e que, a meu ver, é bastante mais simpático e arejado: refiro-me ao mercado do Bom Sucesso. Com a vantagem de que há mais espaço para circular e podemos sempre babar-nos mandar abaixo um eclair da leitaria da Quinta do Paço. Quem diz um, diz dois... ou três, vá.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Valha-me Deus.


Diz que o Diogo Morgado está nos States a promover o seu novo filme "Filho de Deus" e a GQ americana aproveitou a ocasião para fazer esta produção que, à primeira vista, me parece baseada no filme "O pecado mora ao lado"... certamente daquela moça que está ali, em pelota, a olhar para nós.
 
Eu cá só tenho uma coisa a dizer: Diogo, filho, volta que estás perdoado. 

Para ver em banho-maria


Ontem à noite, ao fazer zapping, descobri que tenho o canal 24 Kitchen e esbarrei neste programa da Rachel Khoo, uma chef inglesa que vive num pequeno apartamento em Paris. O programa é absolutamente delicioso: além de provar que ter uma cozinha com pouco espaço não é desculpa para não cozinhar, é adorável por mostrar o lado tradicional de uma forma simples e genuína de cozinhar, onde não há lugar para Bimbys nem balanças eléctricas.
 
Rachel formou-se em Londres, mas vive actualmente em Paris e transformou o seu pequeno apartamento num acolhedor restaurante onde, segundo consta, é mais difícil arranjar mesa do que no El Bulli. Também lançou alguns livros com capas de se comer, como podem confirmar:

  
Resumindo, juntando estes ingredientes, temos um doce de um programa, a que se juntam imagens fabulosas da maravilhosa cidade desenhada nas margens do Sena.
 
Para ver deitada no sofá, em banho-maria.   

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Separados à nascença


Agora já se percebe melhor porque é que o Spock era tão elegante... Aposto que não pagava as consultas.

O dia em que perdi a cabeça


Se me perguntassem, há três meses atrás, se é mesmo necessário comprar um muda fraldas, não hesitaria em dizer que não. "A fralda pode mudar-se na cama ou no sofá e não é preciso meter mais um trambolho no quarto, que só serve para ocupar espaço". Era este o meu argumento.
 
Sucede que Baby Caco tem começado a fazer circos, cada vez que o tento deitar no dito. Começou devagarinho no fraldário dos shoppings, onde nos vimos forçados a mudar-lhe a fralda de pé, enquanto os outros pais nos olham como se fossemos bichos raros e nós fazemos aquele sorriso amarelo, na esperança que acreditem que, além de ser mais higiénico, dá muito mais jeito e eles é que têm andado a dormir.
 
Em casa, lá vou inventando umas brincadeiras para o distrair e ele acaba por se deitar. Mas ontem a coisa foi diferente. As artimanhas que uso habitualmente não estavam a funcionar. Cada vez que o tentava deitar, esticava as pernas como uma barra de ferro e gesticulava os braços ferozmente. Insisti com tudo o que tinha à mão para o entreter e... nada. Continuava a gritar, de braços no ar e pernas firmes, como se estivesse a debater-se com o Demo.
 
Era este o momento em que devia ter desistido, deixá-lo com a prenda no pandeiro e voltar a tentar mais tarde. Mas não. Pareceu-me óbvio que uma criatura de 12 meses não poderia levar a melhor e que eu conseguiria controlar a situação. Com algum esforço, consegui despir-lhe as calças do babygrow (sempre com ele de pé no muda fraldas, a estrebuchar como se não houvesse amanhã) e fui tentando tirar-lhe a fralda, procurando evitar acidentes de maior.

Foi só nesta altura, com ele despido, de rabo ao léu, com aspecto de ter caído num frasco de Nutella - sendo que não é bem disto que estamos a falar - que percebi que aquilo não ia acabar bem. 
 
O que se seguiu foi uma autêntica tourada, comigo a tentar reunir forças para não o deixar cair, evitando que, a qualquer momento, me esfregasse o rabo na tromba. Até que cheguei a um ponto irreversível. Já não era possível voltar atrás, fechar a fralda e fazer de conta que aquilo não tinha acontecido. Tinha mesmo de conseguir limpá-lo, sob pena daquele quarto se transformar numa pocilga e de eu, no desespero, atirar a criatura pela janela fora (felizmente vivo num rés-do-chão).
 
Desnorteada, corri com ele nos braços para a minha cama e deitei-o, na esperança que sossegasse numa superfície mais fofa. Enganei-me. Voltou-se repentinamente aos gritos e no preciso momento em que o traseiro estava prestes a esparramar-se pelo edredon a fora, agarrei-o contra mim, sendo que o resultado não foi bonito de se ver.

Naquele estado, pouco mais havia a fazer. Ele de goelas escancaradas, a espernear, o quarto com um cheiro insuportável e eu, imunda e roxa de raiva. Agarro nos Dodot´s, corro para o lavatório, enfio-o lá dentro e começo a tentar limpá-lo num cenário absolutamente dantesco.
 
Um verdadeiro forrobodó: Dodot´s pelo ar, frascos a tombar, à medida que eram violentamente esbofeteados por aquelas mãozinhas em fúria, e eu, mergulhada em toalhetes até ao pescoço, com a roupa cheia de merda, a tentar segurá-lo,  enquanto atirava para lugar incerto (vulgo, o chão) a parafernália de objectos que por ali havia, na esperança que ele não vazasse um olho - o dele ou o meu - com o canto da pasta de dentes ou com o pente de dentes largos.
 
De repente, com ele pendurado num braço e com o outro a tentar gerir a situação o melhor que podia, faz-se silêncio. Ele finalmente acalma. Para mim, que naquela posição nem conseguia ver-lhe o rosto, foi como se tivesse acabado de me sair o Euromilhões. Aproveitei aqueles segundos e, num ápice, toca a esfregar-lhe o rabo com os Dodot´s que me apareceram à frente (confesso que alguns sujos também marcharam).

Assim que termino a tarefa, viro-o para mim e percebo que aquele silêncio estava directamente relacionado com o bocado de sabonete Dettol que tinha acabado de engolir. Tento tirar-lho da boca, sem sucesso. Segundos depois, estava novamente aos berros. Não tinha apreciado a iguaria.

Nesta altura, já sem cocó e ainda de pé no lavatório, enfio-lhe - sabe Deus como - uma nova fralda e finalmente pouso-o no chão, enquanto tento repor todos os objectos espalhados pelo wc. Nestes 2 ou 3 minutos, fez-se novamente silêncio. A medo, olho para trás. Vejo-o mergulhado num etéreo manto branco.

Baby Caco acabara de descobrir a magia do papel higiénico.  

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Compro esta ideia. E depois adapto.

 



Isto que está aqui em cima são alguns cartazes, da autoria do designer gráfico brasileiro Lucas Pamplona, que integram uma colecção baseada em frases típicas das mães. Isto fez-me lembrar que também seria interessante criar outra colecção, mas com frases típicas das mulheres para os homens e vice-versa.
 
Assim de repente, ocorre-me:
 
Queres que pesquise um curso online que ensine a mudar o rolo de papel higiénico?
Os sacos de lixo vão continuar a crescer na cozinha? 
Homem que sabe cozinhar não é gay. 
Para que serve a colecção de frascos de shampôo que está na banheira?
As máquinas da loiça servem para lavar. Até ver, ainda não inventaram nenhuma que também arrume.
Quantas vezes preciso dizer que as toalhas não se metem húmidas no saco da roupa suja?
Aquele resto de pasta de dentes no final do tubo não morde.
Os sacos de plástico azul que cobrem os lombos de peixe do Continente são para tirar antes de meter na panela.
 
 
Aceitam-se sugestões.