quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Passei só para dizer...


... e para avisar que têm pouco mais de 24 horas para treinarem a expressão nº 37 para o momento em que receberem as meias brancas da tia Isaura e o pijama cardado da avó Gertrudes.

Happy Christmas, pestes mai lindas da mãe.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

So me.


Das ausências.


 
Só porque, às vezes, esquecemos que Natal também é isto.
 
"Morrer é quando há um espaço a mais na mesa afastando as cadeiras para disfarçar, percebe-se o desconforto da ausência porque o quadro mais à esquerda e o aparador mais longe, sobretudo o quadro mais à esquerda e o buraco do primeiro prego, em que a moldura não se fixou, à vista, fala-se de maneira diferente esperando uma voz que não chega, come-se de maneira diferente, deixando uma porção na travessa de que ninguém se serve, os cotovelos vizinhos deixam de impedir os nossos e faz-nos falta que impeçam os nossos."
António Lobo Antunes, in 'Não é Meia Noite Quem Quer'
 
Podem passar mil natais que vou lembrar-me sempre das tuas mãos enrugadas quando me davas o envelope amarrotado com as notas que pedias à tia para contar e que aposto que contavas de novo quando estavas sozinho, só para ter a certeza que não se enganou... Ou quando sorrias para mim com ar maroto e levantavas as sobrancelhas, enquanto comias a sobremesa. Sempre gostaste de doces.

Mesmo sabendo que eras um homem de poucas palavras, vou ter saudades do teu silêncio que, ainda assim, me trazia tanto conforto.

Este Natal vai haver de novo um espaço mais à mesa. E por mais que cheguem crianças, por mais que a família cresça, esse pequeno vazio, onde cabe apenas uma simples cadeira, no meu coração vai ter sempre o tamanho de um mundo. Um imenso mundo.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Miss Caco versão "Mulher Prendada".

 
Há um tempo encontrei a foto deste bolo e perdi-me de amores por ela. Guardei-a com o intuito de procurar um "Bambi" e um pinheirinho e replicar a ideia. O tempo passou e volta e meia lá tropeçava eu nesta imagem, convencida de que um dia teria um bolo igual a este de tão lindo que é que até dá pena comer.
 
Bom, ainda não tenho o bolo, é certo, mas já saquei o Bambi e o pinheirinho e ando há dias para vir aqui mostrar. Não fiz o bolo, dizia eu, mas fiz esta decoração natalícia linda que eu sei lá:
 
 
Portanto, aqui vai mais um momento DIY:
 
Bambi - decorações natalícias "De Borla": 1 euro e pouco
Pinheirinho - decorações natalícias "AKI": 1 euro e pouco. Também vi na Casa, um pouco maiores.
Cogumelos fofinhos (iguais aos que punha no presépio há 30 anos): decorações natalícias "AKI": conjunto de 15 (mais ou menos): 2 euros e pouco. Também vi na Tiger, mas acho que era mais caro. Nesta mesma loja também havia um Bambi maior, lindo de morrer, a 3 euros e qualquer coisa.
 
Pronto. Agora podem copiar a ideia que, só por serem vocês, até nem me importo. Cusquem aqui outras sugestões para se inspirarem: 




sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Habemos sapatos!!!


Pessoas, mas quando digo pessoas, refiro-me a todas as pessoas, com exceção daquelas que andam de sabrinas o ano inteiro. Minhas amigas, Miss Caco é apreciadora de sapatos de salto alto, é sim senhora, mas Miss Caco é também detentora de dois problemas:
 
1 - Miss Caco anda de transportes públicos;
2 - Miss Caco tem uma cria de quase três anos, o que a impossibilita de usar este tipo de sapatos, sob pena de se esbardalhar e partir os dentes a qualquer momento, coisa que além de ser chata, é capaz de doer.  
 
No entanto, há ocasiões em que também precisa brilhar e, como tudo o resto já está assegurado com ou sem sapatos, nestas alturas é fundamental parecer que tem a altura da Gisele Bundchen. Ora, o fim de ano está à porta e ontem tratei de ir à arrecadação buscar os meus sapatos de eleição que só uso para a rambóia.
 
Vai-se a ver, eles lá estão, no mesmo sítio onde os deixei, mas constatei que, graças à minha pequena criatura, a última vez que os usei tratei de tropeçar já não sei bem onde - certamente a tentar apanhá-lo antes que se enfiasse debaixo de uma carrinha de caixa aberta - e ficaram com o salto danificado.     
 
Posto isto, como nos próximos 365 dias não deverei ter mais nenhuma ocasião em que precise montar-me em cima de uns tamancos, achei que não se justifica ir comprar outro par quando já tenho estes, lindos que eu sei lá, e que me custaram os olhos da cara. E é aqui que entra aquilo de que vos quero falar: chama-se Bleenk e é uma ideia fantástica de duas mulheres portuguesas - sim, isto é uma ideia nacional - que passa por aplicar estas "capinhas" na cor e no tamanho do salto para que fiquem novamente como novos.
 
E voilà! Não tenho fotos, mas para ficarem com uma ideia, o resultado é muito parecido com este sendo que, no meu caso, optei pelo Bleenk em preto, da mesma cor do tacão:
 

Existem em várias cores e tamanhos adaptados ao salto. Eu mandei vir online por aqui e custaram-me 14,99 €, mas, atenção meninas, estão com uma promoção a decorrer em que, na compra de um par, oferecem uns Bleenk de Natal. Ainda perguntei se estes trazem um nariz de rena que dê luz sempre que pisamos o chão, mas diz que não.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Por momentos li...

... Bebé a Carminho....
 
Nota de rodapé para pessoas que acabaram de ler isto e não perceberam um chavelho: Diogo Clemente é o ex-marido de Carminho. De nada.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Uma recordação de sonho que é um sonho de recordação.


Há uns anos, ainda nem era mãe, recordo-me de ter encontrado um livro que era uma espécie de "Guia para Ensinar a Criar Memórias" aos nossos filhos, isto é, sugeria experiências que poderíamos desenvolver com o objetivo de ficarem gravadas na sua memória, aumentando assim as probabilidades de guardarem recordações felizes da sua infância. Não sei se isto resultaria, nem sequer me lembro de nenhuma das sugestões, mas sei que achei a ideia encantadora.
 
Nunca mais esqueci este livro e sempre pensei que um dia, quando fosse mãe, iria tentar encontrá-lo. A verdade é que o tempo passa e ainda não o fiz, mas ontem voltei a recordá-lo quando deparei com este "brinquedo" maravilhoso.
 
Falo-vos da imagem que vêem aqui em cima: uma encantadora "Porta de Fada", ou seja, uma porta pequenina, que se cola facilmente junto ao rodapé do quarto, e que tem o dom de poder transportar a criança para o misterioso mundo das fadas. Assim que a descobri, entrei em contacto com a Rosa Lua e fiquei a saber de inúmeras utilidades deste pedaço de magia: há crianças que passam a conseguir dormir sozinhas porque acreditam que, durante a noite, as fadas saem por ali para as proteger; serve também de acesso para virem recolher os dentes debaixo da almofada ou apenas como fonte de encantamento para as suas fantasias.
 
Além disso, tem pormenores deliciosos como as pequenas cartas colocadas na mini caixa de correio, com mensagens que podemos escolher. Cada uma destas portas é feita à mão, de forma personalizada, e é entregue num prazo aproximado de três semanas, pelo valor de 33,50 €, acrescendo portes de envio. Podemos escolher cores, adereços, definir qual o cenário que queremos colocar, a mensagem na carta, enfim, tudo o que nos der na galheta. 
 
Já sei que a esta hora as mães de meninos estão a pensar: "Ah, isto é um amor, sim senhora, mas o meu filho não acredita em fadas e nem é fã de cor de rosa..." Caaaaaalllmmmmaaaa!!! As "Portas de Sonho" também existem em versão "menino" e já encomendei uma para Baby Caco. Neste caso, é uma "Porta Mágica" de onde não saem fadas, mas sim pequenos duendes encantadores que chegam durante a noite para proteger as nossas crias.
 
Assim, de repente, já me estou a lembrar de mil brincadeiras que posso fantasiar à volta disto: o duende saiu para comer bolachas (e de manhã encontra migalhas junto à porta); o duende saiu para beber chá (e ponho uma pequena chávena), o duende saiu para tomar banho (e zás! Aparece um recipiente com água); o duende esqueceu-se da mantinha  cá fora (e deixo um pedaço de tecido) e por aí fora.... haja imaginação!
 
Além disso, parece-me um presente mega original para assinalar o nascimento de um bebé. Por vocês não sei, mas eu cá fico encantada só de imaginar que, um dia, Baby Caco vai olhar para esta pequena porta e lembrar-se que houve tempos em que acreditou que dali saiam pequenos duendes mágicos para o proteger.
 
Espreitem aqui alguns modelos:
 




 
(Porta básica para menino, ainda sem decoração)



sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Diz que abriu há dias. No Porto.

 
É oficial. O meu telemóvel que andava a dar sinais de fraqueza há uns meses, acabou de falecer este fim de semana. De maneiras que agora só consigo atender chamadas quando o rei faz anos, escrever notas é mentira, ler sms é coisa para demorar dez minutos (esta manhã fiz a linha vermelha do metro inteirinha até conseguir abrir uma mensagem), já para não falar na quantidade de vezes que fica para ali sozinho a escrever coisas estranhas, tipo isto:
 
ssssssssss#########mmmmmmmmmmmmmmxxxxxxxxxxxxxxxxccccccccccrrrrrrrrrrrr66666666666666$$$$$$$$$$$$$$$99999999999999»»»»»»»»»»»»
 
Bom, mas quem tem um blogue tem tudo. Por isso, não tendo bloco de notas no telefone, este post é só para guardar aqui o contacto de uma loja que quero visitar quando for passar uns dias ao Porto no Natal. E a loja é esta. Bem sei que é espanhola, mas parece-me um amor e coisa para ter muita pechincha e da boa.
 
Para não perderem tempo, tomem lá e não digam que vão daqui:
 
Muy Mucho
Rua Fernandes Tomás, nº 765 (na zona da Baixa)
96 107 53 25

Queridos senhores dos CTT,


Bem sei que isto é tudo muito lindo, que agora estão muito à frente, que têm um logotipo muito moderno - estilo "descubra as diferenças" de tão igual que é ao anterior -, que até vendem livros, tupperwares, agendas, peluches, cartas de tarot, CD´s, Santo Antónios daqueles às cores, de tão modernos que são, e mais um par de botas.  
 
Sei também que os meninos devem continuar a mandar cartas ao Pai Natal como manda a tradição, mas, se não se importam, queria só que me respondessem aqui a uma coisinha... É muito rápido. Depois podem ir logo a correr às vossas vidinhas que certamente a esta hora há muita gente de senha na mão a chamar-vos nomes daqueles feios.
 
Então é assim:
 
PORQUE RAIO É QUE AS P#%AS DAS MÁQUINAS DE SELOS NUNCA FUNCIONAM, CAR&"l&O??!!!?!!? 
 
Há dois anos e meio que as estações dos CTT da 5 de Outubro e do Parque das Nações quando confrontadas com esta questão respondem: "Estamos à espera do técnico". Ora, minha gente, está visto que o técnico foi comprar tabaco e não volta.
 
Portanto, aqui fica a minha sugestão: pelo menos neste mês contratem um duende ou dois, que o Pai Natal nem vai dar pela falta, e ponham-nos cá fora a despachar selos. Um vende, outro dá trocos. Se forem finos, arranjem ainda um terceiro que fique ao lado, caladinho, só a segurar na caixinha das ofertas natalícias e com sorte ainda facturam mais nisto do que a vender andorinhas. Ou Santo Antónios, vá. 

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

É mesmo Filho da Mãe.


Baby Caco está outra vez doente. A quarta no último mês e meio. Mas este post não é para falar da febre, nem do soro que não lhe consigo meter no nariz, nem do termómetro que não deixa pôr debaixo do braço, nem do xarope que não há maneira de lhe enfiar pela goela, nem do circo que é tentar meter-lhe um supositório.
 
Este post é para contar um episódio revelador. Muitas vezes dou comigo atenta ao seu comportamento, a tudo o que diz ou que demonstra pensar, numa tentativa de entender o menino em que se vai tornar. O feitio que vai ter. A personalidade que vai moldar este meu pequeno homem.   
 
Sei que ainda é cedo para perceber, mas, para mim, entendo este episódio que vou contar como uma pequena revelação.
 
Baby Caco, por estar doente, não comia nada, mas há uma coisa que adora: tomate cherry. Quando já tinha tentado que comesse tudo e mais alguma coisa, tendo sempre o não como resposta, joguei a última cartada e ofereci-lhe tomate cherry. Respondeu imediatamente que sim, ou melhor, que "xim" neste diálogo adorável:
 
- Baby Caco, queres aqueles tomates bebés?
- Xiiiimmm!!!!
Dirijo-me à cozinha e ele fica sentado no sofá da sala. Segundos depois:
- Mamã!!!!!
- Sim, meu amor...
- Quero têz!!! (Quero três).
- Sim, a mamã leva três.
(Um minuto depois)
- Mamã!!!!!
- Sim, meu amor...
- Quero xinco, xeis!!!
- Sim, a mamã leva seis.
(Meio minuto depois)
- Mamã!!!!
- Sim, meu amor....
- Quero tantos!!!! ("Tantos" para ele é sinónimo de muitos).
 
E pronto. Está visto. Baby Caco é mesmo filho da Mãe. E só podia ser mesmo filho desta mãe, porque Baby Caco quando gosta, não gosta por metade. Baby Caco quando gosta, leva tudo pela frente. Não gosta muito. Gosta demais. Não quer metade, quer tudo. De uma só vez.
 
E só espero que esta característica sirva para não desistir nunca de perseguir os seus sonhos. Que não se resigne a viver por metade. Que tenha sempre motivação para querer o mundo, ainda que venha a descobrir que vai demorar muito mais do que alguns minutos a alcançar.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Agarrem a pista!!!!!!


Isto aqui em cima é o meu filho a invadir uma montra no Centro Comercial Colombo (sim, bem sei que foi um comportamento suicida ir ao Colombo no fim de semana, mas a razão era de força maior e o certo é que sobrevivi).
 
Esta invasão deu-se porque Baby Caco acabara de descobrir o inacreditável mundo das pistas. Ficou possuído e depois desta cena não havia quem o arrancasse de frente da montra, enquanto gritava: "Quero pixta, mamã!!! Quero pixta!!!".
 
A única forma de o tirar de lá foi dizer-lhe que a mãe tem uma pista linda em casa e que por isso tínhamos de ir depressa para a montar. Lá veio. Adormeceu no caminho. Cheguei a casa. Deitei-o. Acordou uma hora depois, saiu da cama, veio ter comigo à sala e ainda estremunhado, com os cabelos desalinhados e de mãozinhas a esfregar os olhos, disse: "Mamã, a pixta??!".
 
Tremi. Não havia pixta. Era urgente encontrar uma, sob pena do meu filho me chamar caloteira até ao fim dos meus dias. Puxei pela cabeça e lembrei-me que tinha umas pecinhas de madeira que estive quase a deitar ao lixo por não servirem para nada mas que, naquela altura, pareceram-me verdadeiros diamantes. Fui buscá-las e disse com o ar mais seguro que consegui arranjar: "Anda filho, vamos montar a pista!!".
 
O resultado foi este:
 
 
Ok, não foi brilhante, mas também tinha uma garagem articulada (feita com um passe-partout meio estranho que andava por lá, que não se vê na imagem porque ele já a tinha mandado abaixo entretanto). O certo é que serviu para fazer render o peixe umas boas duas horas. 
 
Mas enfim, como isto foi uma solução temporária, havia que encontrar uma pista verdadeira. E a pista foi encontrada. No Lidl. Por 25 euros e é esta aqui em baixo. À parte, vendem mais umas ambulâncias e uns carros de bombeiros que tornam a coisa ainda mais interessante. Não sei se ele vai gostar tanto como daquela que viu no Colombo, mas certamente vai achar que é uma pista a valer, sobretudo sempre que se lembrar da que fizemos no fim de semana. 
 

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Das coisas que me fazem rir logo pela manhã.


Top 5 das Balelas

 
1 - "Os opostos atraem-se" (até pode ser nas primeiras duas semanas mas, mais tarde ou mais cedo, acaba sempre por dar merda);
 
2 - "O que não te mata torna-te mais forte" (quem inventou esta devia levar com uma betoneira na moleirinha enquanto dorme que mudava de ideias num instantinho);
 
3 - "O Natal é uma época de paz" (passem a ceia sentados ao lado da minha tia Alzira e depois falamos);
 
4 - "Temos de marcar um café" (AKA ligo-te no dia em que as galinhas tiverem dentes);
 
5 - "No próximo mês vou inscrever-me no ginásio" (Não vais. É uma mera verbalização na tentativa de enganar o cérebro e poder continuar alapado a enfardar Ferreros Rocher como se não houvesse amanhã).

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

"Mamã, onde extá a tua pilinha?"



Esta é já a segunda vez, no último mês, que fico em casa para cuidar de ti. Estou a gastar os dias de férias que não tirei no verão, mas, apesar de não saberes, estão a saber-me melhor do que três meses no resort mais procurado das Caraíbas.

Neste preciso momento, estás sentado ao meu colo enquanto escrevo estas palavras. Sei que queres aproveitar estes dias para estares o máximo de tempo junto a mim, mas faço-o só porque não quero esquecer o que tenho para te dizer. Perguntas-me: "O que extás a fajer, mamã?". Digo-te que estou a escrever uma carta para ti, enquanto faço malabarismos para não me apagares o texto.

Quero que saibas que não há preço para os momentos que me tens proporcionado. Estes dias serviram para te ensinar a fazer sopa, para fazermos biscoitos pela primeira vez, para perceber que já sabes o nome da nossa rua, que dizes "tantos" quando queres dizer "muitos", que gostas do sabor da romã ou que ficaste a saber o que era o Natal enquanto decorámos o primeiro pinheiro juntos.

Há minutos, enquanto tomávamos banho ao mesmo tempo pela primeira vez, perguntaste-me: "Mamã, onde extá a tua pilinha?". Eu sorri, como faço sempre que me surpreendes com o milagre do teu crescimento, e expliquei que sou menina e tu és menino e que, por isso, somos diferentes.

Sei que o tempo passa a correr, a uma velocidade assustadora, mas sei também que em breve, vou ter saudades que me faças perguntas, daquelas que ainda sei responder. Tenho medo dos dias em que não serei capaz de acalmar os teus receios, em que não saberei dar resposta às tuas angústias. Agora, ainda pensas que sei tudo e assim será por mais algum tempo, mas um dia não te vou saber dizer se as coisas más nos acontecem por acaso ou se o nosso destino já estava traçado e não temos forma de fugir a ele.

O que mais peço é que tenhas a sorte de desfrutar de muitos momentos felizes ao longo da vida, mas, sobretudo, que tenhas a resiliência necessária para ultrapassar os dias menos bons, aqueles em que não vou saber dar-te as respostas que precisas.

Entretanto, saíste da mesa e aproximas-te agora, feliz, com o teu boneco novo. Saíram-lhe as meias. Dizes-me que tem frio e pedes-me para lhas calçar. Eu sorrio com algumas lágrimas a cair-me no rosto. Percebes e dizes-me: "Mamã, tens j´água..." e eu respondo: "Sim, meu amor, foi de tomar banho...".

"Eu não sabia, mas o destino quis que eu fosse tua mãe".
Forrest Gump

 
A fazer xopa.
 
 
A fajer bizcoitoj.
 
 
A fajer a árvore de Natal.