sábado, 18 de janeiro de 2014

Sobre o assunto do momento


Há uns anos, acompanhei um casal amigo que passou inúmeras e prolongadas fases de avaliação até conseguir, finalmente, adoptar dois irmãos. O processo foi extremamente desgastante, demorado e, segundo contam, bastante invasivo, já que a sua vida pessoal foi analisada ao pormenor, incluindo contas bancárias, empréstimos, e afins.

Ao fim de cerca de um ano, as crianças vieram finalmente para casa deles e era incrível ver como a adaptação correu tão bem. Parecia que sempre ali tinham vivido. Eram crianças afáveis, educadas, carinhosas, exemplares e a relação que mantinham com os novos pais era absolutamente encantadora.

Entretanto, ele foi trabalhar para Angola e a mulher ficou cá com as duas crianças. Algum tempo depois, divorciaram-se e ele construiu uma nova família. Ou seja, falamos de um casal heterossexual, com uma relação estável, aparentemente sólida, com poder económico acima da média, que adopta duas crianças e, menos de um ano depois, o pai decide pirar-se, esquecer-se do que cá deixou e arranjar uma nova família como se nada fosse.

Com isto quero dizer que o importante para uma criança adoptada é encontrar uma família que lhe dê estabilidade, amor, que a saiba proteger, que a deseje verdadeiramente e que trate como sua. E para isto, não é relevante saber se tem um ou dois pais, se tem uma ou duas mães. Para isto, é importante saber se tem dois corações grandes à sua espera porque, no fim de contas, é só mesmo isso que conta. E como bem sabemos, até prova em contrário, o coração não tem sexo.

4 comentários:

  1. Eu estou num processo de adoção, sozinha, e de facto não é fácil. Passei por muitas provas, testes psicológicos, visitas a minha casa, tudo. Mas valeu a pena, já estou apta e agora é só esperar que ele ou ela apareçam. :)

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  2. Boa sorte, Vespinha! Vou ficar à espera de saber a hora em que recebes o teu anjinho :-)

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Deita cá para fora!