O frigorífico lá de casa avariou. Marido Caco tem um amigo que trabalha numa marca de eletrodomésticos e como consegue melhores preços pedimos-lhe os modelos disponíveis. Perdemos um ou dois dias a ver os modelos na Worten e lá escolhemos o eleito. Marido Caco tratou do resto e ontem foi o dia da transportadora o entregar.
Prestes a chegar a casa, recebo um telefonema de Marido Caco:
- Temos um problema...
- Hummm... Então? (enquanto via a minha vida mal parada).
- O frigorífico não cabe na porta da cozinha...
- COMO NÃO CABE???? Estás em casa?
- Não, ainda não cheguei...
- Então se não estás em casa, porque raio é que só te lembraste da questão das medidas AGORA?!!?
- Estava aqui a conversar com o António (nome fictício do amigo dos electrodomésticos), pedi à ama para medir a largura da porta, e chegámos à conclusão de que não cabe....
- Então e agora!!?!
- Vamos ter de encontrar uma solução...
(Miss Caco desliga o telefone e começa a espumar).
Chego a casa, constato que o frigorífico é realmente enorme, entro em pânico e decido que é melhor fazer o jantar, enquanto Marido Caco fica na sala a telefonar para tudo quanto são transportadoras e afins, a tentar resolver o granel.
Eu, à volta do fogão e a fazer de conta que não ouvia a conversa para não me enervar, ia alternando entre chorar, enquanto cortava a cebola, ou rir com o ridículo da situação. Depois, voltava a não achar graça nenhuma, assim que o ouvia falar no aluguer de gruas para enfiar o dito cujo pelo terraço.
Para desanuviar, enviei sms à cunhada a relatar o sucedido e a comentar os 130 euros da grua que tinha acabado de ouvir e que, a bem da verdade, compensavam o que tinha poupado na compra, ao que ela respondia: "Bem decorado, se calhar até ficava bem no hall de entrada..." E eu ficava a imaginar o frigorífico com um naperon em cima, um jarro com sardinheiras artificiais e um cão, daqueles que abanam a cabeça. E voltava a rir até ouvir o orçamento seguinte.
Uma hora depois, Marido Caco entra na cozinha a dizer que era preciso arranjar umas cintas "daquelas que usam as transportadoras". Eu respondo: "Então mas quem é que tem isso, sem ser as transportadoras?"... Ele: "... Qualquer camionista...". Eu: "Não há um camião que está sempre parado aqui ao fundo da rua? Temos de ligar para o pai da Jacinta (nome fictício da ama de Baby Caco) e perguntar se conhece o homem para as pedir emprestadas..."
Marido Caco (sempre solícito): "Então liga".
Miss Caco ligou e minutos depois tem o pai da ama a entrar pela casa a dentro, com o Zé da carpintaria, o Quim que faz biscates e o Alberto que trabalha nos alumínios. Todos e uma corda. O certo é que, meia hora depois, o frigorífico estava dentro da cozinha.
E pronto. À custa disto, o balanço de ontem foi: Viver na vila - 1; Viver na cidade - 0.
Obrigada por este momento:))))) A tua descrição é hilariante:)))) O meu almoço até me vai saber melhor:))) ...marido Caco sempre solicito...então liga...parecia que estava em casa a ouvir o meu...porque é que somos sempre nós as desenrascadas!??!?!?
ResponderEliminarPorquê, Suricate? Porquê?!? Essa é daquelas que devia fazer parte do grupo das questões realmente fracturantes, tais como: "De onde vimos e para onde vamos?"
EliminarEheh Espetacular! É como levantar a tijoleira do chão da casa de banho e vir para minha casa o meu sogro, o meu tio e o filho da vizinha Sra. Maria para tirar as louças da casa de banho, assentar tijoleira e voltar a por louças no sitio. 3 homens cujos cus estorvavam uns aos outros dentro da casa de banho devido às dimensões da divisão, mas o que interessa é que ficou tudo pronto de repente. Na vila toda a gente tem um quê de picheleiro, trolha, ladrilhador e carpinteiro.
ResponderEliminarESPETACULAR!!!
ResponderEliminarIsso é a Minha casa! Tal e qual...
DEMAIS!