domingo, 19 de novembro de 2023

Para onde vai o amor que não podemos viver?


Hoje farias 81 anos.

Continua a parecer-me impossível que o amor que nos unia não tenha agora forma de se manifestar.

Que desafio este de reaprender a viver com um coração órfão. Não vale a pena dourar o processo. Há mesmo um antes e um depois. E há o que fazemos com este depois que, bem vistas as coisas, é o mais importante.

Mas a nossa união era tão grandiosa que me parece inacreditável que este sentimento já não tenha casa. Para onde vai? E não me refiro só ao nosso. E o de tantos pais e filhos que se separam por este mundo fora? Ao longo de tantas gerações?

O que será feito do amor que já não se pode viver?

Depois lembro-me que tu bem dizias que penso demais. Se calhar tens razão. Há coisas que nunca mudam. 

Parabéns, Pai. 

Ainda não deixei de acreditar.

terça-feira, 14 de novembro de 2023

Quando os corpos já não nos servem.

 

Hoje o meu avô faria 110 anos e, dentro de cinco dias, o meu pai faria 80.

Não sei jogar xadrez, mas se a minha vida fosse esse jogo, eles seriam das peças mais importantes. Aquelas que eu não poderia nunca perder para conseguir chegar ao fim. Talvez só se tenham cansado de jogar.

O meu avô foi o primeiro e único morto que abracei. Tive uma sensação estranhamente real, bastante física até, de que ele apenas deixara ali um “invólucro” para poder, finalmente, cumprir as suas vontades. 

Era como se aquele corpo já não lhe servisse para mais nada e talvez precisasse ir buscar o trator para ver como estavam as videiras ou como estavam a crescer os kiwis que a minha tia dizia que estavam tão grandes que já trepavam o muro do vizinho. O problema “era só os joelhos”. Os malditos joelhos que teimavam em limitar-lhe as vontades. E, de repente, estava eu ali, abraçada a um corpo vazio e gelado. Eu, uma absoluta descrente.

Não preciso fechar os olhos para conseguir, sem grande esforço, ouvi-los a conversar. 

Hoje talvez estivessem a combinar o dia em que o meu pai chegaria à aldeia para aquecer a casa para o Natal, ou sobre as maleitas do “Boneco”, o cão que já estava a ficar velhinho, ou mesmo sobre as castanhas que este ano não andam famosas.

Ainda não sei como se continua este jogo quando nos faltam estas peças, mas talvez por isso é que nunca o aprendi a jogar. 

Às vezes parece não fazer nenhum sentido, mas quero acreditar que é por lá que andam os dois agora. Naquele sítio onde moram as pessoas cujos corpos já não lhes servem.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Sabemos tudo.


A Sofia é uma das minhas melhores amigas de infância. Estudou comigo no ciclo e, mais tarde, partilhamos quarto na faculdade. É do norte, como eu, e tal como eu, a vida profissional mandou-a para Lisboa.

No meio disso, foi para Madrid fazer um doutoramento, onde conheceu o Fernando. Sempre embirrei muito com espanhóis, mas o Fernando era o espanhol mais amoroso que conheci. Mais tarde, mudaram-se para Lisboa e tiveram dois filhos. Um com idade próxima do meu filho e outro um pouco mais velho.

O primeiro Natal da pandemia, em que ficamos todos impedidos de sair dos concelhos, passei com o meu filho em casa deles. Foi também em casa deles, ali perto do Campo Pequeno, que assistimos a alguns concertos privados. O Fernando sabia tocar vários instrumentos e passou esse gosto para os meninos. Era lindo ouvi-los tocar. A Sofia fazia vídeos com os três e mandava para a família que estava longe. Também cheguei a receber alguns. Acho que o último foi "Sunday Bloody Sunday", dos U2.

A última vez que estive lá em casa, falámos sobre as obras que estavam a pensar fazer e dei a minha opinião sobre uma bancada extra na cozinha e uma parede que tinha de ser deitada abaixo. O Fernando cozinhava muito bem. A Sofia fazia uma mousse de chocolate muito boa e gostava de comprar arte em leilões. O Fernando nem sempre compreendia as aquisições mas, ainda assim, olhava para elas com carinho e para a Sofia com um brilho nos olhos, enquanto ela explicava o inquestionável valor das obras. Eu olhava para eles com admiração porque via ali muito amor. 

Rimos muito por causa de um José de Guimarães que o Fernando achava que parecia um lagarto, mas que a Sofia tinha dado os olhos da cara. Eu disse ao Fernando que era um ótimo investimento, ainda que eu também achasse que parecia um lagarto. O Fernando riu. A Sofia riu. Eu também. Rimos todos muito. Rimos tudo.

À tarde fomos andar de skate com os miúdos nos jardins do Campo Pequeno. O Fernando gostava de redes sociais, a Sofia não ligava muito, mas ela dizia que se divertiam muito os dois a ler o Caco. A Sofia não estava tão familiarizada com as parvoíces que por vezes aqui comento, mas o Fernando dava aulas de Comunicação na faculdade, por isso, às vezes, era ele - o espanhol - a explicar à Sofia quem eram as pessoas de que eu estava a falar, o que não deixava de ter alguma graça.

Nesse verão vieram almoçar cá a casa. A Sofia trouxe a mousse que faz muito bem e lembro-me que fiz uns cubos de gelo, com flores lá dentro, para refrescar a garrafa de vinho e que ficaram lindos na mesa do terraço. Ficamos de marcar outra data para lá irmos. O verão passou, veio o Natal e passou mais um verão.

Pensei várias vezes em ligar-lhes, mas hoje era isto, amanhã era aquilo e o tempo vai escorrendo entre os dedos. 

Esta manhã, a Sofia adicionou-me a um grupo de whatsapp chamado "Fernando". Não liguei. Achei que ela teria feito alguma aselhice sem querer.

Minutos depois chegou a mensagem: "O Fernando faleceu ontem à noite".

Liguei-lhe, ainda com as mãos a tremer e a querer acreditar, com muita força, que não passava tudo de uma nabice qualquer. Como se, por magia, a regressão daquela tragédia dependesse da intensidade que eu incutisse ao meu pensamento.

A Sofia chorou. Eu chorei. Choramos muito. Choramos tudo. 

O Fernando adoeceu no início deste ano. Seguiu-se todo o inferno desta doença que conheço tão bem. Faleceu ontem à noite, em casa, acompanhado da família e dos filhos.

O espanhol mais amoroso que conheci partiu e eu não me despedi dele.

A minha amiga passou por este calvário sozinha, durante quase um ano, e eu em nada ajudei.

Tudo porque o tempo vai escapando pelos dedos, ainda que a vida continue a lembrar-nos que fazemos muito pouco com ele.

Eu sei. A Sofia sabe. Sabemos todos. Sabemos tudo.

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Quando também temos de cuidar dos nossos pais.



Isto de ser mãe "tardiamente" tem muito que se lhe diga. Bem sei que é esta a tendência e que, na verdade, a maioria de nós acha sempre que "aquela" se calhar não é a altura ideal para se ter um filho. Por esta e milhentas outras razões - cada uma de nós terá a sua - lá vamos adiando este grandioso projecto, arrisco a dizer, talvez o Verdadeiro Projecto da nossa vida.

Mas o que quero dizer com isto é que todas as mulheres que decidem ser mães mais tarde, acabam inevitavelmente por ter de cuidar dos filhos ao mesmo tempo que cuidam dos pais. E esta dupla responsabilidade, vivida em simultâneo, pode trazer muitas angústias.

Estou há já algum tempo nesta situação e, recentemente, tive de procurar um lar para a minha mãe. Quem sabe do que falo, perceberá a dificuldade que existe hoje em dia em encontrar uma vaga numa instituição que nos ofereça garantias capazes de nos deixar descansados.  

Por esta razão, não posso deixar de partilhar o apoio que tive da plataforma Lares Online. Basicamente o que fazem é a ligação das famílias com as instituições que têm disponibilidade na área que nos convém, sem qualquer custo associado.

Bastou-me um simples contacto telefónico - no meu caso, com a Ana - para explicar a minha situação, o perfil da minha mãe e nos dias que se seguiram comecei a receber propostas de lares e residências na zona que me convinha e que tinham disponibilidade para a acolher.

Este serviço é uma ajuda preciosa num momento em que estamos a precisar de encontrar respostas num tema tão sensível quanto este.

A verdade é que estamos todos preparados para procurar um infantário para o nossos filhos, mas ninguém nos  prepara para o momento de encontrar um lar para os nossos pais.

Obrigada, Ana.

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Sim, eu sei que estão à espera disto.


Bem sei que me atrasei um bocado com esta análise aqui no blogue, mas ontem já avancei o tema no Instagram de Miss Caco, porque, a bem da verdade, ali até acaba por ser mais divertido. 

Posso escolher banda sonora para acompanhar e decorar com pequenas ilustrações que ajudam a contextualizar o tema. Enfim, apesar daquelas stories terem o tempo de vida contado, fica tudo mais profissional e agradável à vista.

Mas pronto. Para quem ainda não viu, não percamos mais tempo:



Gostei muito deste sistema novo de apanhar melgas. Não tem insecticidas, parece-me bastante mais ecológico e amigo do planeta, não deixa pegada ecológica e coiso. Mas esperem.. aquilo funciona com choques, não é? Espero que seja com energia solar...


Esta parece-me a ocasião perfeita para prestar homenagem à minha tetravó Edmunda, que Deus a tenha, e que gostava muito de uma boa rambóia.


Levo este porque depois é só comprar uns corninhos e fica perfeito para o Halloween.


Esqueçam a "Mulher Barbuda". Digam olá a próxima atracção do Circo Chen:
 o "HOMEM MESA".


Estávamos no "Festival do Tuning e do Melhor Courato 2019", mas como havia muito trânsito, acabámos por vir no 43 que sai da Buraca às onze menos um quarto.


Olha, empresta-me aí o teu lápis preto que ajuda a realçar a cor dos olhos, e depois é só ligar ao Fernando que trabalha na pastelaria Versailles e pedir-lhe o fato emprestado.  


Estão lindas.

... quer dizer...

Está linda.


O Manzarra vai protagonizar "A Ressaca III"?!?!?


Mulhere, o que aconteceu aqui, mulhere?!?! Chamo os bombeiros? O 112? A tia Alzira, costureira? O serviço de entregas do IKEA?  O que chamo, mulhere?!? O QUE CHAMO?!??


Estão lindos, mas acho que com a pressa trocaram os outfits... 
O Rui Maria ficava bem melhor com o fato da Julinha. 


Eu estava no baptizado da minha sobrinha Deolinda, lá na terra, mas felizmente ainda deu para dar aqui um saltinho.


E se dúvidas houvesse 
De quem manda em casa do Palmeirim
Ficamos todos esclarecidos
Por isso, pode seguir o festim.


Eu como só vou ganhar um Globo quando tiver p´raí uns 76 anos, fui adiantando trabalho e já trouxe o vestido para essa ocasião.



Se o outro pode trazer a mesa, não vejo porque não posso trazer a camilha... 


Nhec.


Eu até me ria, juro que me ria, não fosse o caso de depois me saltar o globo ocular do lado esquerdo.


Pronto. Ganhou.


Estava aqui a pensar uma coisa...
...
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... esqueçam... é da minha cabeça...

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

O teu neto entrou na escola.


Pai,

O teu neto entrou na escola primária. É uma escola pequenina, como a da aldeia. Tem uma horta e galinhas e o refeitório ainda tem bancos antigos de madeira. 

Não te preocupes que ele está entusiasmado e com muita vontade de aprender. É como tu. Gosta de saber o que faz funcionar as coisas. A prima Dulce deu-lhe um avião no Natal, há dois ou três anos, e ainda hoje ele gosta de o desmontar em peças e voltar a montar.

Ontem perguntou-me se o teu carro vermelho só tem dois lugares porque um amiguinho lhe disse que os Ferraris só tinham dois bancos. Expliquei-lhe que o teu não é um Ferrari, embora pareça.

Agora diz que quer voltar ao futebol, mas, para já, só anda na piscina. Já perdeu o medo da água e até já mergulha, imagina. Parecia impossível, não era? Se visses, até custa a acreditar...

Achei que te ia contar mais coisas, mas afinal ainda não consigo.


quinta-feira, 11 de julho de 2019

O bolo do meu pai.


400 dias.

Passaram 400 dias desde que perdi o meu pai e ainda não estou preparada para falar aqui - ou onde quer que seja - de forma natural e "descontraída" sobre esta perda. Talvez nunca venha a estar. 

Quando comecei este blogue, já aqui o disse várias vezes, fi-lo porque tenho uma memória de galinha e queria registar acontecimentos, sobretudo relacionados com o crescimento de Caco Boy.

Apesar de ultimamente passar pouco por aqui (a culpa é do instagram, desde que abri página, aquilo tem sido um fartote), venho cá hoje porque quero fazer um registo. Portanto, uma vez que assumo que este post é mais para mim do que para vocês, considerai-vos livres para ir à vossa vida que tempo é dinheiro, não se deixa para amanhã o que se pode fazer hoje e coiso.

Ontem, enquanto preparava o quarto para deitar o meu filho, ele começou a chamar-me com insistência. Fui até à sala, onde estava a ver desenhos animados, saber o que queria de tão urgente. Para meu espanto, disse: "Mamã, o avô antes de ir para o céu podia ter deixado a receita dos bolinhos que nos fazia...".

Tentei fazer um ar natural, mas a verdade é que gelei por dentro. Esperava ouvir tudo menos aquela frase, até porque não havia razão nenhuma para se lembrar do avô naquele momento. Respondi que não fazia mal porque eu tinha guardado e não havia razão para se preocupar.

Desviei a conversa, com o pretexto que estava na hora de lavar os dentes, mas não conseguia parar de pensar como era possível que, aparentemente, eu já tivesse esquecido que o meu pai nos fazia bolos sempre que chegávamos sexta-feira à noite para passar o fim de semana. Era como se aquela memória - que para o meu filho representava talvez uma das recordações mais fortes do avô - tivesse desaparecido da minha cabeça.

Acho que os momentos tão cruéis que passei durante o fim de vida dele foram tão fortes que se sobrepuseram a estas memórias e também é por isso que quero deixar isto aqui escrito. Para nunca mais me  esquecer do cheiro a bolo que inundava a casa quando chegávamos e da cara de satisfação do meu pai quando via Caco Boy tão feliz por ver o bolo. 

Era um bolo simples, acho que assim meio parecido com o bolo de iogurte, mas era feito de Amor e igual a esse, mesmo que eu queira, não é possível comprar.

Nota: a foto não é do bolo do meu pai. É do blogue Lume Brando que escolhi propositadamente por ter a certeza que, tal como o bolo, também ele é feito com Amor.

quarta-feira, 26 de junho de 2019

MISS CACO LANÇA LINHA DE T-SHIRTS MEGA EXCLUSIVA


Pessoas, este silêncio não tem sido por acaso. 

É certo que falhei no timing, porque a FakeBlogger se antecipou ao lançar as meias lindas de morrer - e só por isso já leva uma certa vantagem -, mas está na hora de anunciar a Nova Linha de T-Shirts Miss Caco, que me tem ocupado o tempo nos últimos meses, fabricada por mãos portuguesas, com algodão colhido na Beira Baixa e modelos absolutamente exclusivos e originais (#soquenao).

Assim sendo, podem escolher o modelito que mais gostam ou identificar o amigo ou amiga a quem acham que vai ficar a matar.

Quanto às encomendas, é só mandar mensagem privada que eu, entretanto, vou contratar meia dúzia de duendes a recibos verdes para me tratar dos envios, dos laços das embalagens e assim.  









quarta-feira, 29 de maio de 2019

Diz que este fim de semana é jeitoso para ...



Pois, bem sei que a barraca esteve pelas ruas da amargura, mas isto foram tempos difíceis e Miss Caco só agora conseguiu recuperar o tempo perdido. 

Também sei que posso falar o que quiser que não perdoais nada e a esta altura já está tudo de dedo em riste a perguntar onde raio está a rubrica "Diz que este fim de semana é jeitoso para..." e que se prometi era para cumprir e que passaram este último mês fechados em casa porque não sabiam onde ir e que isto não se faz e blá, blá, blá... 

Pois, então, baixem os flaps porque diz que este fim de semana é jeitoso para:

- Conhecer os 21 melhores brunches do Porto e arredores.

- Adquirir bilhetes para ir ver um dos espetáculos mais surpreendentes e aplaudidos do ano passado.

- Comprar um presente original feito à mão, com produtos anti-alérgicos ou fio de algodão 100% orgânico, para os bebés que acabaram de vir ao mundo por este país fora, no maravilhoso projeto Bamboo.

- Recordar uma das músicas mais lindas do Tiago Bettencourt.

- Visitar uma exposição em Lisboa.

- Reflectir sobre os principais passos para tentarmos ter uma vida melhor.

- Conhecer 6 esplanadas secretas para lagartar no Porto.

- Saber onde fica a gruta portuguesa que integra a lista das 15 grutas mais bonitas do mundo.

- Provar os novos pratos do restaurante com a melhor vista sobre Lisboa.

- Ficar a par dos cortes de cabelo que ajudam a ter uma aparência mais jovem.

- Celebrar o Dia da Criança com um mega piquenique em Lisboa.

- Babar com a coleção cápsula da Maryzinha em parceria com a Mahrla Store, inspirada na Riviera Francesa.

- Passear pela Feira do Livro, em Lisboa.

- Dar as boas-vindas ao fim de semana no "Surreal Tropical", para abanar a anca no Jardim do Torel, um dos miradouros mais emblemáticos da capital.

sexta-feira, 24 de maio de 2019

CHEGUEEEEEEIIIIIIIII!!!!!!




ESTOU VIVA!!!!
A RESPIRAR!!!
A TECLAR!!!
A TER TEMPO PARA ALMOÇAR!!!
E PARA PENSAR NO QUE VOU FAZER DE JANTAR!!!
E PARA IR AREJAR AS VISTAS NA ZARA NA HORA DE ALMOÇO!!!

Ai, Jesus!! Miss Caco voltou à barraaaaaccccaaaaaaaa!!!!!!
(Pára tudo. Obrigatório ler com banda sonora "Cheguei" da Ludmilla que eu ainda não descobri como meter música aqui enfiada no post. Um bem-haja ao Instagram que nos facilita a vida).

Pronto. Quem por aqui anda, sabe que eu avisei que ia entrar numa espécie de hibernação porque tive assim, tipo, a maior carga de trabalho do mundo, e da galáxia em geral, em cima do lombo no último mês e meio. E foi isto. A boa notícia é que parece que sobrevivi. Hoje de manhã confirmei. Continuo a respirar e agora vou começar a viver outra vez.

Portanto, só assim para ver se não esqueci nada, recapitulemos: as pessoas respiram, comem, vão à casinha, lavam os dentes, fazem o jantar, vão buscar os filhos à escola, dão-lhes banho, certificam-se que não há recados da escola, preparam os lanches para o dia seguinte, vão ao Continente, convivem com amigos, vêem televisão, tomam banho, trabalham como uns mouros (ok, também há a função pública, eu sei), cuscam a vida dos outros na net e tá feito, né? 

É mais ou menos isto que andamos aqui a fazer, para um dia morrermos todos e enfiarem-nos sete palmos abaixo de terra ou então, para quem preferir, virarmos churrasco daqueles demasiado bem passados, certo?

Pronto. Então agora contem-me tudo. O que aconteceu de importante no mundo este mês e meio?

Hãaa? A vizinha do rés-do-chão anda enfiada com o treinador de futebol do filho?!?

Ok, parece-me informação relevante. 

E mais? Contem tudo que preciso descansar o cérebro.

sexta-feira, 26 de abril de 2019

Calma, pessoas.


Para quem já se questiona se emigrei para a Europa de Leste ou se estou algures de férias num destino paradisíaco, de papo para ar, a emborcar mojitos como se não houvesse amanhã, desengane-se.

Estou só com um pico de trabalho em cima do lombo que me está a tirar horas de sono. Sim, que Miss Caco tem este ar de quem não faz nenhum, mas, a bem da verdade, carrega todo um mundo às costas.

Se imaginassem o nível de responsabilidade que trago nos costados até perdiam a fome, que era coisa para ser útil, tendo em conta a operação biquini 2019, mas que, por outro lado, também vos pode dar alguma fraqueza. E com tanto para arrumar em casa é capaz de não dar jeito... 

Agora rezem duas novenas por mim que eu mereço. 

Prometo voltar assim que esta fase passar.

(...)

Se não falecer de nervos, entretanto.

quarta-feira, 17 de abril de 2019

ATENÇÃO!!!! PÁRA TUDO!!!



ATENÇÃO HUMANOS!!! 

Miss Caco faz parte do clube de aves raras que nunca viu um segundo que fosse da série "Game of Thrones", actualmente em exibição na HBO e no Syfy, mas acaba de ter acesso à Descoberta do Século!!!

PÁREM TUDO O QUE ESTÃO A FAZER E AGARREM NO TELEMÓVEL PARA BUFAR ISTO A QUEM VOS APETECER!!!!

Então cá vai a bomba: o elenco da série está em Lisboa a rodar o próximo episódio e Miss Caco conseguiu imagens inéditas e exclusivas só para vos mostrar!

Eu não digo que para vocês é tudo????

#Spoiler1


#Spoiler2


#Spoiler3


#Spoiler4


Podem partilhar, desde que não digam que foi daqui.

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Atenção. A vossa casa vai ficar um mimo.


Estamos todos fartinhos de saber que a maioria dos programas de entretenimento dos canais generalistas estão pela hora da morte, mas eis que parece vir aí uma lufada de ar fresco. 

Atenção que digo "parece", porque isto só depois de estar cá fora é que se sabe. Já vi muita coisa que agora é que vai ser e mais não sei quê e depois foi o que se viu. Como aquele programa que dizia que ia ensinar a viver com o mínimo dos mínimos, com o básico e essencial, seguindo a tendência do desapego e do less is more e depois, vai-se a ver, e era um vaquedo de primeira apanha.

Mas agora diz que vem aí um programa novo, ao estilo da famosa Marie Kondo, o ícone japonês da arrumação, a deusa da casa limpa e organizada, a fusão entre uma Bimby e uma Roomba em formato de gente. 

Chama-se #EUQUEROARRUMAR, vai ser apresentado pela Maria Botelho Moniz e tem estreia marcada na SIC no dia 4 de maio, ao meio-dia. Anotem aí na agenda.

A ideia é dar dicas de arrumação para ajudar o povo a ter a casa mais organizada e parece que vai contar com especialistas do IKEA para ensinar a meter tudo num brinco. Eu cá vou estar sentadinha na primeira fila, quase a pagar para ver. 

Se bem que o que pagava mesmo era para ver um programa  a sério, daqueles que ensinasse a própria casa a arrumar-se sozinha. Isso é que era. 

Ou então um reality show em que os candidatos em vez de andarem a esfregar-se uns nos outros, iam para casa das pessoas esfregar o chão, os tachos e os azulejos enquanto elas iam trabalhar. Também não era mal visto. 

Pessoas que inventais programas, fica a dica. 

Agora vocês decidam o que fazer com esta informação.

terça-feira, 9 de abril de 2019

Conversa real entre duas octogenárias.



(Conversa ouvida numa esplanada junto à praia, entre duas senhoras com alguma idade e muito boa aparência):

- Ela é bonita? 

- É um bocado grosseira, mas tem uma dentição bonita. É as coroas, não é? Ou as engivas?

- Não sei...

- A doença dela não é para morrer.

- Eu já lhe disse várias vezes: "Oh Antonieta, tu, uma mulher perfeita, como estavas com aquele homem sem valor nenhum?"

- O pai dela também tinha uma pele bonita. O problema dele é que era muito vaidoso... E ela tem umas filhas lindas...

- A Antonieta também veste bem. Tem uma boa reforma... Ela anda tanto na rua e não lhe passam as depressões...

- Lá isso é verdade...

- Sabes o que é? 

- Humm??...

- A casa mata-nos. 

sexta-feira, 5 de abril de 2019

Conversa entre os dois "produtores" da Maria Leal.


- Eh, pá.. está na hora de pensarmos em lançar um videoclip novo, mas temos um imbróglio para resolver... Que ela canta o mesmo que um pneu já nós sabemos, mas o grande problema é que ela dança mal com´ó c@r=#&%... aquilo é pior que uma boneca de trapos desarticulada...

(...)

- Calma. Acho que tive uma ideia. 

quarta-feira, 3 de abril de 2019

Sabes que produzes 365 quilos de lixo por ano?


Este projecto já tem alguns anos, mas só agora é que o descobri, apesar de continuar muito actual. 

Chama-se "365 Unpacked" e é da autoria do fotógrafo Antoine Repessé. A ideia era chamar a atenção para a quantidade de lixo reciclável que consumimos diariamente.

Durante mais de quatro anos, Antoine e os seus amigos guardaram centenas de quilos de lixo para criar este projecto que venceu o terceiro lugar no Sony Photography Awards. No total, empilhou 1.600 garrafas de leite, 4.800 rolos de papel higiénico e 800 quilos de jornais com o objectivo de alertar as nossas consciências para o desperdício, o consumismo e sobretudo para mudarmos as nossas atitudes. 

O resultado foi este: 








Acho que hoje em dia já estamos todos mais sensíveis ao tema, mas, ainda assim, deixo aqui algumas dicas que já ponho em prática para quem ainda está a despertar para estas andanças:

- Reaproveitar frascos de vidro para guardar sementes, frutos secos, feijão, café, etc., que facilitam a compra a granel. Sai mais barato, são giros e mais ecológicos. Por exemplo, quando vou visitar a minha sogra, ela costuma mandar-me sopa para Caco Boy dentro de um frasco estilo "Mokambo". Tem o tamanho ideal e veda muitíssimo bem, o que dá imenso jeito se consideramos que temos 300 e tal quilómetros a fazer até casa;

- Levar sacos reutilizáveis para substituir os de plástico nas compras da mercearia;

- Investir algum tempo no pinterest a cuscar ideias para fazer com objectos recicláveis. Assim tipo isto:



- Reutilizar os sacos transparentes que trazemos dos "Continentes" e afins para outras funções como, por exemplo, colocar no caixote do lixo do wc;

- Comprar roupa em segunda mão. Ainda somos um povo um bocadinho avesso a esta ideia, mas às vezes vale muito a pena.

- Cheirar a nova linha de descartáveis ecológicos do Auchan. Parece que há pratos e tigelas feitas a partir de bagaço de cana de açucar, um material biodegradável. Diz que está tudo no Jumbo e respectivo site.

- Tirar mais ideias deste livro.

- Ficar feliz quando deparas com notícias como esta.