quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Abaixo as modas da carneirada.



Sabem aquelas modas que aparecem assim sem jeito nenhum, que olhamos para aquilo nas montras, nos sites das marcas, em tudo quanto é instagram por esta rua abaixo e quando damos por ela, anda meio mundo com aquilo vestido e nós continuamos a perguntar-nos, mas que raio de vírus deu naquela gente para não ter dois olhos na cara e perceberem que além de lhes ficar mal com´ó raio, faz delas uns carneiros iguais a tantos outros que resolveram seguir a moda, só porque diz que é "tendência"?!?

Pois eu ando assim com aqueles ténis com a sola gigante que fica toda a gente a parecer que enfiou, à pressa, os pares do marido que calça o 46. E depois andam com aqueles tractores calçados com tudo o que é trapo, como se nada fosse. E depois assim, visto de trás, até parece que têm dois pneus no lugar dos pés. E depois uma pessoa tanto vê daquilo por todo o lado que um dia começa a pensar que alguém tem de pôr um fim naquela hecatombe antes que o vírus se espalhe e a Terra deixe de existir assim como a conhecemos, com árvores e pontes e prédios e filas na IC 19 e na rotunda de Moscavide.

E depois chega outro dia que nos passa, ao de leve, pela cabeça a dúvida se seríamos capazes de calçar aquelas traineiras. E logo a seguir benzemo-nos e tomamos um banho de sal. E depois há um dia que vemos uma peça no armário que nunca usamos porque não temos calçado adequado e ficamos a pensar se as putas das traineiras até ficavam bem ali... E depois há outro dia em que estamos a stalkear uma instagrammer que até tem uns outfits engraçados e.... ZÁS!!! Lá está ela com o raio das barbatanas nos cascos... 

E depois há outro dia que estamos a olhar para o armário e pensamos: "raios que já não posso olhar para estas botas... se calhar até era gaja para ..." .Não, não era nada. Entramos em negação. Vamos tomar um Brufen 400. Não. Antes um 600 que isto é bicho para ser eliminado de uma só vez, sem dó nem piedade.

E depois há um dia que vamos à Zara na hora do almoço e olhamos para eles. Assim de soslaio. E depois de frente. E começamos a sentir suores frios e as pernas a fraquejar. E vamos devagarinho até à prateleira, de cabeça baixa, a ver se ninguém vê. Fazemos um esforço para tentar ver o número na etiqueta, sempre a evitar tocar no animal, não vá a besta colar-se às nossas mãos e não nos deixar sair dali sem eles. E vai que é o nosso número. E vai que vamos para um cantinho isolado e calçamos só um pé, assim naquela, a ver se aquilo tem algum jeito. E ... depois ... vai-se a ver... e até... tem.

Hoje foi o dia e eu aceito. Isto é razão suficiente para me eliminarem definitivamente da vossa vida.

Adeus. (Snif)

6 comentários:

  1. Ah ah ah ah adorei este teu post, confesso que tenho a mesma opinião sobre esse calçado só que ainda nada nem ninguém me convenceu a gastar dinheiro em tal coisa.
    Acho que vou continuar a não gostar até ao fim da moda, porque sempre que vejo alguém com umas calçadas penso "que raio"
    ;)

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    1. Eu também estou a ficar mortinha que esta moda passe. Acho que vou sentar-me aqui e esperar até... amanhã. ;-)

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  2. "Tropecei" neste blog recentemente e... muito, muito bom! Parabéns! Tem aqui uma leitora assídua :-)

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Deita cá para fora!