quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Estou a ter uma taquicardia. Ou duas.


O meu telemóvel é um Huawei e tenho para mim que está prestes a deixar-me. Também quem compra um telefone com um nome que só para o dizer precisa de três sessões de terapia da fala, não é coisa que admire muito. 

Quando o vi na loja, assim todo luzidio e brilhante, mais macio que o rabo de um bebé, devia ter desconfiado logo. Ainda assim, achei que não precisava comprar capa, até porque tenho outro telefone a que dou realmente uso, portanto, aquele era uma espécie de segundo filho, daqueles a quem damos a chupeta sem lavar, mesmo que tenha caído no prato do cão, já depois do animal a ter engolido e vomitado a seguir.

Isto para dizer que o estafermo do telemóvel é tão, mas tão deslizante, que se o pousar num balcão no Cais do Sodré, ele vai por ali fora e só pára quando chegar à Capela dos Ossos, em Évora. À custa deste tipo de proezas, começaram a aparecer rachadelas e o ecrã ficou com aspecto de quem anda a comer comida estragada há três dias. Está pálido, como quando estamos na praia e vem uma nuvem escarrapachar-se à frente do sol, só para nos f@#*r o bronze. Só que neste caso a nuvem estatelou-se no ecrã e não me deixa ver um boi.

Este fim de semana estava no chinês, à procura de material para um trabalho da escola de Caco Boy e tinha dúvidas no que comprar. Telefonei à mãe de um coleguinha enquanto que, com a mão disponível, tirava fotografias, segurava nas tralhas e tentava enviar-lhe fotos pelo whatsapp. O processo terminou com o dito a esbardalhar-se aos meus pés.

Corri pela loja fora, até chegar ao chinês a implorar por uma capa de telemóvel. Não tinha. Mandou-me ao indiano em frente que me pediu 70 euros para arranjar tudo - a capa esbardalhada e o ecrã com fantasmas - de um dia para o outro e com um ano de garantia....  E aquilo pareceu-me tudo tão simples que desconfiei... Fiquei vai que não vai.

Mas depois pensei: "Então e se ele me enfia lá dentro uma câmara para me perseguir até à eternidade? E se faz umas montagens das minhas fotos com o Alexandre Frota e depois espalha pelas internets da vida? E anda aqui Miss Caco a preservar o anonimato desde 2013, para depois vir um bandalho e pôr a minha identidade a nu? Eu que estou aqui quietinha, que nem instagram tenho?". 

Quer dizer, eu não tenho, mas a pessoa que vive dentro de Miss Caco tem. E garanto que é lindo de morrer. Com as fotos todas alinhadinhas, a combinar pendants, os filtros perfeitinhos, para não parecer que em cima está nevoeiro, mas logo ao lado está um sol de rachar. Tudo com muito bom gosto... ora ide cuscar aqui.      

(...)

Ide nada. Isso é que era bom. Isto agora era um festival, daqueles com a cerveja a um euro. Então anda aqui uma pessoa a esforçar-se por manter esta aura de Banksy da margem sul, para depois ir tudo ao ar, enquanto o Diabo esfrega um olho??

Mas voltando ao indiano, pediu-me 70 euros, que é coisa que dá para comer chamuças um ano inteiro, daquelas mini que não têm picante, mas que se chamam chamuças na mesma. E eu fiquei na dúvida sobre o que fazer, por isso, preciso DESESPERADAMENTE que venham aqui contar as vossas experiências com indianos.

Não, não me refiro a essas. Que, até ver, isto é uma barraca decente e honrada, visitada por muitas famílias, sobretudo aos domingos. Além de que não tenho a mínima curiosidade em saber se os indianos...

(...)

... ok, se calhar até tenho.

Pronto. Mandem mensagem privada.

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