Há uns dias, marido Caco levou Baby Caco ao médico por causa de uma reacção alérgica e como estava perto do meu escritório, pedi-lhe para passar por lá para mostrar o rebento às colegas.
Estacionou o carro no passeio, mandou sms a avisar para descer, subi com o miúdo, babei enquanto mostrava as gracinhas da criatura, recebo outro sms para descer, "que a vida dele não é ser chauffeur", e regressei à viatura com Baby Caco ao colo.
Assim que abro a porta do carro para o meter na cadeirinha, percebo que marido Caco está ao telefone, em ALTA VOZ, numa amena cavaqueira com um colega de profissão, do norte.
Enquanto tentava colocar os cintos, ia ouvindo a conversa, aos berros, e os palavrões sucediam-se em catadupa, sendo que o discurso do dito colega era mais ou menos este:
- "E eu disse-lhe logo: oh meu cara=?%o, então tu não estás a ver que a filha da pu#/a da encomenda não avançou?. O gajo olhou para mim e veio com aquela p&%a daquela conversa de sempre que me deixa logo com uns corn%$s do cara&%o, e passa-me logo uma nuvem daquelas que só dá vontade de lhe enfaixar um marmelo no car%&o das trombas".
E é nesta altura que vocês perguntam: "Ah, mas marido Caco trabalha nas obras? Já podias ter dito que estou a precisar de uns orçamentos para mandar arranjar o sótão".
Não. Marido Caco não trabalha nas obras. A questão é que em determinadas áreas profissionais, e - verdade seja dita - com especial enfoque na região norte, desabafo profissional não é desabafo se não levar umas carvalhadas pelo meio.
Até ver, - acho eu - Baby Caco ainda está imune a este asneiredo, mas a questão que se coloca é: até quando?.
Pelo sim, pelo não, lá por casa também vamos ter de começar a criar estratégias para contornar o problema, porque - e contra mim falo -, de vez em quando lá saem umas pérolas destas sendo que, há que reconhecê-lo, nem sempre em situações de fúria e descontrolo.
A título de exemplo, ainda este fim de semana, ao acordar, abri a janela e dei com um sol fabuloso. Estando Miss Caco com um tom de pele muito próximo do de uma lula e com um baptizado à porta e duas pernas para mostrar, o entusiasmo foi tanto que não encontrou outro comentário mais adequado do que gritar para marido Caco: "VAI JÁ BUSCAR O GUARDA-SOL À ARRECADAÇÃO!! ESTÁ UM DIA DO CAR&%/O PARA FAZER PRAIA!!".
Sim, assumo. Miss Caco também tem culpa no cartório.
Tenho pensado nisso um par de vezes. É que com marido nortenho, a asneirenta aqui sou eu...
ResponderEliminarEm casa de Miss Caco, só existem costelas nortenhas. Talvez esse facto ajude a explicar :-)
EliminarA influencia é do ...caraças...sou do norte...e controlo-me muito bem...massss se o meu interlocutor for de asnei(caralh)adas para cima e para baixo está o caldo entornado!!!!
ResponderEliminarA Suricate também é do norte? Sim, senhora!! :-)
Eliminaraqui no Norte é muito assim...falamos mal a torto e a direito: "então meu ca#(%&o, como vais?!; ou "f(""/da-se está merda"
ResponderEliminarEstejamos zangados ou não sai quase sempre asneira!lol
O Problema agora é conseguir evitar dizer na frente dos miúdos!
ResponderEliminarMas uma coisa é certa, ajuda a acalmar os nervos! E aqui no norte os palavrões são mesmo virgulas!!
Bemmmmm, era uma das coisas que me afligia porque eu detesto ouvir miúdos a dizer palavrões, mas como bons portuenses que somos, cá em casa diz-se muitos palavrões, mais o marido que há alturas em que consegue a proeza de dizer um frase composta só por palavrões. Um must. O certo é que a minha filha com 7 anos não diz uma asneira( a não ser raios partam, mas essa é culpa minha), e o de quase 4 já se saiu algumas vezes com um pariu e merda, mas não sei se por não fazermos grande caso disso parou. O que fiz foi dizer-lhes que são palavras feias para um menino, não posso dizer: não se diz isso, se eu digo e o pai diz não é? Há palavras que em certo contexto é pior do que um palavrão. Eu por exemplo não admito que um filho meu chame o irmão/a de estúpido. Acho que é tudo uma questão de respeito, ainda hoje muito raramente digo algum em frente aos meus pais.
ResponderEliminar