sexta-feira, 9 de outubro de 2015

É oficial. Tenho uma nora.


Sexta-feira. 9 de outubro. 11h50.
 
Tudo começou com ela a saltar e a gritar um histérico: "Sou eu! Sou eu! Sou eu!!!", de resposta à minha pergunta: "Quem é o melhor amigo de Baby Caco?" no dia em que fui à escola contar-lhes uma história.
 
Desde aí tudo evoluiu. A educadoras e a ama, que o vai buscar todos os dias, começaram a dizer-me que se escondiam no refeitório, que não se largam, que ela é doida por ele e que ele reage muito mal quando, para o provocarem, lhe dizem que a Laura é feia.
 
Hoje, ao contrário do habitual em que o deixo no hall de entrada  do infantário, calhou de o levar até à sala. Lá estava ela. Sentada na cadeira, mesmo em frente à porta. À espera dele. Assim que o viu, rasgou um sorriso gigante e abriu-lhe os braços para o receber. Ele, mais tímido, caminhou até ela e ficou parado um palmo em frente ao seu rosto. Quieto. À espera de mimo. 
 
Aproximei-me para ver melhor e disse-lhe: "Olha, meu amor, a Laura estava com saudades tuas".
 
Ele, sorriu, olhou para o chão meio envergonhado e deixou-se abraçar por ela. Eu ainda disse: "Vá, dá-lhe um beijinho" ao que ele responde: "Vai emboa", que é o mesmo que dizer: "Baza daqui. Já.".
 
A Laura tem 4 anos. Mais um ano e meio do que ele. Mais dois palmos de altura. A Laura é a minha primeira nora.
 
Bem sei que esta pequena paixão não vai certamente durar além deste outono, mas, para mim, o que interessa é que, ao dia de hoje, ele ainda não sabe quantas letras tem a palavra amor, mas eu já sofro pelos amores que ele ainda não viveu. 

1 comentário:

Deita cá para fora!